quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Belém 300 anos

O anúncio está no álbum comemorativo dos 300 anos de Belém, organizado Ignácio Moura, Teodoro Braga e outros.
A publicação nem se compara, em termos gráficos, com o Álbum de Lemos de 1903, ou com os de Paes de Carvalho ou Augusto Montenegro, todos impresos na França, mas o conteúdo tem valor.
Já estavamos despencando ladeira a baixo, caíra a borracha, os biopiratas ingleses roubaram as sementes da hevea brasiliensis e cultivavam racionalmente em suas colonias asiáticas. (Sobre este grande assalto, meu amigo Caito Martins pesquisa e tem um acervo de fazer inveja a muito acadêmico).
Nas vésperas dos 400, o que dizer do nossos foot-ball e da "Liga Paraense"?
Se produzirá algum conteúdo, de valor, nas comemorações?
Ou apenas ufanismo tosco exaltando: belle époque, tecno-brega, açai, Círio de Nazaré, viagra natural das erveiras do Ver-o-Peso....
Quem clicou foi o Octávio Cardoso, o album é da minha coleção, esta disponível para estudiosos.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Negociações Capela Pombo

Reuni hoje 27 de fevereiro com José Augusto Pombo, proprietário da Capela Pombo, para informar-lhe do andamento da campanha de arrecadação de fundos do Fórum Landi para a compra da capela, bem como, a pedido do reitor Carlos Maneschy, que se encontra em missão oficial aos EUA, comunicar-lhe que a campanha foi assumida pela UFPA dentro de um programa de ação com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artistico Nacional, IPHAN.

A parceria UFPA-IPHAN, iniciada na atual administração, tem previsto com recursos do PAC-Cidades Históricas o restauro e requalificação dos imóveis pertencentes à Arquidioceses de Belém, que estão ameaçados de ruir.
O primeiro conjunto, justo o mais ameaçado, vai abrigar um Albergue para receber estudantes e professores dos programas de mobilidade internacional. Obra licitada, aguardando início.
O segundo conjunto abrigará o "Memorial do Livro", este é segredo eu não posso contar. Só garanto que será um arraso.
A área de intervenção é essa indicada pela seta.

É dentro desta parceria que o reitor Maneschy negocia recursos, para que, uma vez adquirida, a capela pudesse ser restaurada. Seria laboratório para atividades de pesquisa do Fórum Landi, do Mestrado de Arquitetura e outros cursos da UFPA.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

O mapa da mina, (pra quem aprecia).

Tem muita gente vadiando por aí. Por exemplo este grupo que esta fazendo mapas a partir de esteriótipos.
Agora lançou o mapa da Europa pelo tamanho do pênis.

Confira aqui.

No fim da fila, ainda na classificação "pinto", os irlandeses, cujos ilustres descendentes, os Kennedy, parecem ter compensado o défict, pelo intensivo e indiscriminado uso.
Na mesma faixa, os romenos, justo da região dos Bálcans de onde vêem os ciganos, que inspiram o imaginário romântico e transgressor da Europa, comprovando que tamanho não é documento.
Também no quesito tamanho os ibéricos decepcionam, os espanhois de "sangre caliente" e os lúbricos lusitanos, verdadeiras fábricas de meninos, campeões da mestiçagem, ficam no esquadrão intermediário, na média dos 13:00 cm (peru).
Os franceses, ullalla, no topo, bem ranqueados os gélidos escandinavos que hasteiam seus mastros com poucas glórias relatadas.

No topo, silenciosos, como o famoso mineirinho que come quieto, os húngaros: 16,51cm.

Eu tenho uma amiga que já comprou passagem pra Budapeste.
Ficou de mandar relatos diários pro blog.
Se aquietem!

Roubo de azulejos, repercussão nacional

ARTUR VITOR IANNINI, veja no FacebookProfessor de Geografia (aposentado), especialista em Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico e Paisagístico Brasileiro, possui um acervo de mais de 8.000 slides, "posters", fotografias, principalmente, sobre as áreas acima citadas, que foram utilizadas durante toda a minha vida no magistério (38 anos), em Belo Horizonte- MG.
Seu trabalho de preservação cultural pode ser visto, analisado e comentado em 1564 fotos, através de 43 álbuns, com textos explicativos em Inglês e Português. (Algum site oficial é bilingue?)
De Belém foram 6 álbuns focalizando os seguintes assuntos: a Catedral, o Museu de Arte Sacra, a Igreja de Santo Alexandre, o Palacete Bibi Costa, a Praça Batista Campos, o Museu Histórico do Estado do Pará-MHEP. 
Acesse: www.flickr.com/photos/arturiannini

Conheça algumas de suas fotos e seus comentários, que ao reproduzí-los não significa concordar inteiramente com eles.





Após o susto dos danos culturais em janeiro passado, no Palacete Victor Maria da Silva, Belém acorda com a notícia de que em18-02-12, a Galeria Kamara Kó, no Bairro da Campina teve raros azulejos de sua fachada furtada, e também, foram divulgados novos casos dessas graves e tristes ocorrências em outras edificações da capital do Pará. 
É mais um trágico episódio cultural da cidade, de corar de vergonha todo o Setor Cultural, o MPE, o MPF,PGE, o IPHAN, a SECULT, a Prefeitura Municipal, o Judiciário, e até a PM e mais outros “responsáveis” pelo zelo do riquíssimo Patrimônio Cultural de Belém!
Se continuarem a acabar com tudo de valioso, histórico, artístico e ambiental da cidade, o que os turistas, visitantes e estudiosos virão apreciar? – certamente, não serão o calor desesperador, o trânsito péssimo, ruínas de prédios, placas escondendo os casarões, horrorosa fiação elétrica e telefônica, violência, favelas, lixo nas ruas, o urububódromo e mal cheiro do Mercado do Ver-o Peso e adjacências… 






DEVIDO AOS ÚLTIMOS ACONTECIMENTOS, PERGUNTAR NÃO OFENDE: 
1- Por que a Polícia Militar Estadual não identifica essas quadrilhas de roubos de azulejos e seus compradores, pois todos estão fora da lei? - Se não conseguem, peçam a ajuda e providências da Polícia Federal, pois esses bens históricos e artísticos são declarados de importância e valor nacional pelo IPHAN.
2- E a Guarda Municipal de Belém, continúa guardando o que, do nosso Patrimônio Histórico, Artístico e Público? 
3- Por que a Justiça continúa lenta e não consegue fazer esses maus elementos sentirem o peso das leis? (é só prender e mandar soltar para continuarem a fazer suas trapaças?). 
4- O que fazem o IPHAN (Órgão Preservacionista Federal), SECULT (Estadual), PREFEITURA MUNICIPAL (através da FUMBEL, Meio Ambiente, Urbanismo), que só chegam depois que tudo caiu, foi roubado e comercializado? 
Belém não pode perder mais nada, absolutamente nada, do seu valioso e único patrimônio histórico, artístico e arquitetônico, que a distingue de outras capitais e cidades brasileiras! 
ARTUR VITOR IANNINI
Email: arturiannini@yahoo.com.br





quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Gang do Azulejos ataca outra vez

No último sábado 18, por volta das 19:00 a Makiko Akao saía do seu escritório da Kamara Kó na Frutuoso Guimarães, Campinas, quando percebeu que a calçada estava suja de barro de construção, se aproximou e viu que uma fileira de azulejos que revestiam a fachada de sua casa havia sido roubada.





A ação aconteceu ainda à luz do dia.
Está se roubando, porque tem gente comprando,  colecionador (viciado) ou dono de antiquário (traficante).
Tanto um como outro, geralmente são pessoas de fino trato, de bom gosto, precisam se conscientizar que esta pratica egoísta esta incentivando a bandidagem e destruindo a cidade.
Que tal acabar com isso demonstrando civilidade?

P.S.: Eu não gosto muito de teorias conspiratórias, mas neste caso, fiquei com uma pulga atrás da orelha: como a Fotoativa da qual a Mak é figura importante, liderou o movimento contra a depredaçao da residência Vitor Maria da Silva, no Ferro de Engomar.... 

P.S.2: Makiko comunica ao Monumenta:

lma Sra.
Filomena Mata Vianna Longo
Coordenadora da UEP - Programa Monumenta Belém, 

Assunto: Depredação da Fachada da Kamara Kó

Prezada Senhora, 

Através desta venho comunicar o lamentável estado em que se encontra o bairro de Campina, Centro Histórico de Belém. No  último sábado, dia 18/02, foram roubados  da casa sito à Trav. Frutuoso Guimarães 611, 12 azulejos em alto relevo que reveste a fachada da casa. Este fato não é isolado , uma vistoria no bairro verificará que várias casas já foram saqueadas. A referida casa foi objeto de financiamento pelo programa Monumenta e hoje funciona uma galeria de arte fotográfica, portanto não é nenhuma casa abandonada. 
Desta forma solicito com urgência a implementações de ações de reconhecimento da área tombada  da Campina e Cidade Velha, e ações de proteção e vigilância contra a depredação do patrimonio historico e cultural.
Na certeza de poder contar com a vossa colaboração, me coloco à disposição para qualquer ações que venham a ser tomadas. 
Atenciosamente, 

Makiko Akao

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

domingo, 19 de fevereiro de 2012

BOMBA, BOMBA: Negócios de Zé Dirceu em Portugal

A edição deste domingo do jornal português Público, mostra a teia dos negócios de Dirceu na nossa pátria mãe, aliás foi deles que herdamos virtudes e vícios.
A edição de hoje só está disponível para assinantes, daí porque não pude dar o linque para ser acessado diretamente e transcrevi, abaixo o texto, usando um OCR, o que pode resultar em erros.

O homem do Mensalão no centro da teia dos negócios luso-brasileiros
Público • Domingo 19 Fevereiro 2012

O principal suspeito do caso do Mensalão, antigo braço-direito de Lula da Silva, foi uma das peças-chave de negócios como o da “transferência” da Portugal Telecom da Vivo para a Oi e continua a ser uma ponte entre empresas dos dois lados do Atlântico.

Cristina Ferreira

José Dirceu, o ex-ministro-chefe da Casa Civil de Lula da Silva, o principal suspeito do caso Mensalão, na sequência do qual se demitiu, em 2005, está ligado a um grupo de sociedades, de advocacia e de consultoria, que são usadas como uma ponte por grupos portugueses e internacionais, que querem investir no Brasil. José Dirceu, que é colaborador da Ongoing e parceiro do escritório nacional Lima, Serra, Fernandes & Associados, chefiado pelo grão-mestre do Grande Oriente Lusitano (GOL), esteve, por exemplo, no epicentro das negociações que deram à Telefónica o controlo da operadora brasileira Vivo, entre 2009 e 2010, e que teve como contrapartida a entrada da OI na Portugal Telecom. “O sucesso está associado aos conhecimentos, amizades e ao raio de poder e influência que José Dirceu ainda tem em todos os escalões do governo, fundos de pensão e empresas estatais. Mas os seus movimentos estão sempre cercados de mistério”, concluiu a revista brasileira Veja, na edição de Agosto de 2011, a propósito de uma investigação realizada aos negócios que envolvem o antigo homem forte do gabinete de Lula. Dirceu é classificado pela polícia brasileira como o cabecilha de uma rede sofisticada de corrupção, que será julgado este ano [ler texto ao lado]. O advogado e antigo presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) apresenta-se hoje como consultor de multinacionais, promovendo grandes negócios, alguns dos quais precisam de aprovações políticas para se concretizar. A partir de São Paulo, o epicentro económico do Brasil , José Dirceu opera através de duas sociedades: a JD Consultores e o escritório de advocacia Oliveira e Silva & Associados. Uma designação que parece nada ter a ver com o ex-deputado. Mas o nome completo deste é José Dirceu Oliveira e Silva. Em Brasília, a ponte é feita através da consultora a JD&S encabeçada por Júlio Silva, conhecido por Júlio César, casado com uma assessora do Palácio do Planalto, e que é o braço-direito de José Dirceu. E é este consultor que surge, por vezes, a concretizar as grandes operações associadas ao líder petista. O seu nome consta de negócios envolvendo grupos portugueses, como é o caso da Ongoing, e espanhóis, como a Isolux, que é representada por Júlio César.

Amigos portugueses

Em Portugal, José Dirceu tem muitos amigos. Um deles é João Abrantes Serra, um dos sócios do gabinete Lima, Serra, Fernandes & Associados, liderado por Fernando Lima, o actual presidente da Galilei, ex-Sociedade Lusa de Negócios e dona do BPN. O advogado confirmou ao PÚBLICO que a LSF & Associados (Fernando Lima, João Abrantes Serra, João Vaz Fernandes) tem há vários anos uma parceria com o escritório Oliveira e Silva. No entanto, esta parceria não é publicitada na página na Internet do gabinete português. E nenhuma das três sociedades de José Dirceu, Oliveira e Silva, JD Consultores e JC&S, tem um site oficial. Fernando Lima explicou, porém, que o escritório tem presença própria em São Paulo, onde está “quase sempre” um dos sócios João Vaz Fernandes. Os registos na Ordem dos Advogados do Brasil indicam que o domicílio profissional de Vaz Fernandes é na Rua Botucatu, a mesma morada da sociedade de José Dirceu. Por outro lado, o gabinete LMF & Associados está ainda associado ao JD&S, através de André Serra, filho de João Abrantes Serra, o que foi reconhecido por Fernando Lima. O PÚBLICO procurou, em vão, ao longo de duas semanas, falar com João Abrantes Serra, ex-gestor da Abrantina, e acabou por ser Fernando Lima a confirmar “a longa relação de amizade” do seu sócio com Dirceu. O mesmo advogado deu como “provável” que tenha sido através de João Abrantes Serra que o presidente da Ongoing, Nuno Vasconcellos, conheceu o fundador do PT, que é colaborador e prestador de serviços do grupo português no Brasil. Lima recusou, todavia, revelar se a Ongoing é cliente da LSF, por “dever de sigilo” profissional. No Brasil a Ongoing recorre, entre outros, aos serviços jurídicos de Lilian Ribeiro, que tem gabinete com Dirceu. Terá sido, ainda, por via de João Serra que o exembaixador em Madrid e ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, Martins da Cruz, aparece associado à promoção de alguns negócios do outro lado do Atlântico, designadamente envolvendo grupos espanhóis. “O José Dirceu tem muitos conhecimentos e ajuda a fazer pontes, sempre dentro dos procedimentos legais. Ele é um homem cordial e afável. Por que razão não devemos contratar os seus serviços?” É assim que um gestor com empresas no Brasil comentou ao PÚBLICO o recurso aos seus bons ofícios. Apesar das tentativas de contacto, José Dirceu não se mostrou disponível para falar com o PÚBLICO. A Ongoing também não respondeu às questões enviadas.

O dossier Vivo

A resolução do dossier Vivo, que envolveu a saída da PT da operadora brasileira e a entrada da OI na PT, por exemplo, teve como ponto nevrálgico o universo das sociedades ligadas a José Dirceu, e é um exemplo da importância das conexões entre gabinetes portugueses e brasileiros nos negócios entre os dois países. Entre 2007 e 2008 o PÚBLICO apurou, por exemplo, que a LSF & Associados esteve a prestar apoio à PT, no quadro do dossier Vivo. Nesse período o escritório recebeu uma avença da PT, que recusou comentar a informação. Fernando Lima confirmou-a e esclareceu que se destinou, apenas, “a apoiar a PT no Brasil”. O contrato foi interrompido em Abril de 2008, quando Zeinal Bava se tornou presidente da comissão executiva. Com a PT fora de cena, outros actores entraram em acção. A partir daí os registos revelam que o presidente da Ongoing, Nuno Vasconcellos, e os accionistas da OI mantiveram, entre si, contactos, que beneficiaram do apoio de José Dirceu. O Estado de São Paulo menciona, em Outubro de 2011, que, a partir de certa altura, o BESI substitui a Ongoing, pois foi mandatado pela PT para conversar com a OI. Por seu turno a Telefónica, que adquiriu 50% da Vivo à PT, em Julho de 2010, trabalhava com o gabinete Oliveira e Silva & Associados. Nessa fase, Dirceu abriu à Telefónica as portas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), instituição pública federal que financia projectos, tendo havido várias reuniões entre as duas empresas. A 8 de Julho, 20 dias antes de a PT anunciar a saída Vivo e o acordo com a Oi, José Dirceu veio a Lisboa, onde teve contactos ao mais alto nível. Ao Diário de Notícias disse então: “Sempre defendi a fusão da Oi com a Brasil Telecom ou com uma empresa como a PT.”


Um homem que se reinventou várias vezes
Do guerrilheiro que virou ministro, ao suspeito do Mensalão que virou consultor

Perfil
Rita Siza

Quando o escândalo do Mensalão rebentou na imprensa brasileira, em 2005, José Dirceu era o segundo homem mais importante em Brasília, a seguir ao Presidente Lula da Silva. O mega-esquema de corrupção e financiamento político ilegal engoliu o ministro da Casa Civil, que se viu forçado a demitir-se do cargo. Pouco tempo depois o seu mandato de deputado federal foi “cassado”. A presidência do Partido dos Trabalhadores (PT), ao qual dedicara décadas da sua vida, escapou-lhe entre os dedos. Apontado como o “chefe da quadrilha” do Mensalão, aos 60 anos, José Dirceu de Oliveira e Silva, reinventou-se – algo que fez várias vezes ao longo da sua vida. De menino do campo a rapaz da cidade, de líder estudantil a prisioneiro da ditadura, de exilado político a aprendiz de guerrilheiro, de comerciante clandestino a fundador do PT, e daí a deputado estadual e federal, candidato a governador e ministro, as sucessivas encarnações de Dirceu parecem uma mistura de novela de espionagem, romance histórico e comentário político – com algum romantismo pelo meio. Hoje é consultor de empresas e empresário, o que alimenta a aura nebulosa de poder e influência em seu redor. Mas, como notou ao PÚBLICO um editor de um grande jornal brasileiro, perante a inexistência de um único caso concreto de influência de Dirceu na concretização de qualquer negócio, “tudo isso virou fumaça”. O tipo de consultoria que Dirceu faz exactamente não é fácil de precisar: várias fontes contactadas por este jornal transmitiram a ideia de que empresários e industriais têm interesse em contratá-lo por causa da sua vasta rede de contactos e da sua facilidade em movimentar-se nos corredores do poder. Mais do que um consultor, Dirceu parece ser um “lobyista”. “Ninguém sabe o que ele faz, a não ser que conversa com empresários importantes, que querem tê-lo à mão para abrir alguma porta ou resolver qualquer problema que tenham com o Governo”, descreveu um veterano jornalista político de São Paulo. Bastante mais “palpável” é a influência que Dirceu continua a exercer sobre o partido que ajudou a fundar – apesar de teoricamente estar afastado da actividade política. Dirceu participa activamente na vida partidária, e apesar de não ter nenhum cargo oficial, “continua a ser uma eminência parda” no PT, diz um repórter brasileiro. Há poucos meses, fez furor uma reportagem publicada na revista Veja sobre as entradas e saídas de vários dirigentes políticos e empresários brasileiros de um hotel de Brasília, onde alegadamente se reuniam “a despacho” com José Dirceu (que denunciou à polícia uma tentativa de invasão do seu quarto pelo jornalista da Veja e processou a revista). A Presidente Dilma Rousseff não lhe deu muito “espaço” no seu Governo – aliás escolheu um dos seus rivais, António Palocci, para o cargo que Dirceu ocupou com Lula. Nos meios políticos brasileiros, ainda se especula que Dirceu poderá ter estado por detrás da queda de Palocci, que saiu do Governo na sequência de notícias sobre o património que acumulou enquanto esteve no Governo.
José Dirceu é natural de Quatro Passos, Minas Gerais. Aos 15 anos foi para São Paulo, para trabalhar e estudar. Envolveu-se no movimento estudantil, e em 1968, foi detido. Passou por quatro prisões diferentes, mas não existe registo de ter sido sujeito a tortura. Ao fim de um ano, foi libertado e banido do país no âmbito de uma troca de prisioneiros para o resgate do embaixador americano Charles Elbrick, raptado pela oposição.
Dirceu exilou-se em Cuba e treinou para guerrilheiro – tendo, para o efeito, realizado uma operação plástica. Em 1974, instalou-se na clandestinidade em Cruzeiro do Oeste, no Paraná. No seu regresso ao Brasil, não se vinculou aos movimentos da oposição nem participou na luta armada. Com o fim da ditadura e a amnistia de 1979, José Dirceu recuperou a sua identidade. Foi a Cuba desfazer a plástica, mudou-se para São Paulo, terminou o curso de Direito e envolveu-se na criação do PT. Dirceu foi uma figura fundamental na transição do radicalismo da fundação para um partido mais aberto, revolucionou a máquina eleitoral do PT e foi decisivo nos acordos que viabilizaram a eleição de Lula (de quem é muito próximo, mas com quem não tem intimidade pessoal). A ascensão de Dirceu foi meteórica, até cair com o Mensalão. Como constatou a jornalista Daniela Pinheiro, que em 2007 acompanhou Dirceu durante uma semana para escrever um perfil para a revista Piauí, o ex-ministro caído em desgraça aprendeu a viver com os insultos que passou a ouvir de desconhecidos – pilantra, corrupto, safado, ladrão – depois de ser formalmente acusado dos crimes de corrupção activa, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e peculato. “Não cometi nenhum crime, não feri o decoro parlamentar, não me envolvi em negociatas”, escreveu no seu blogue “Zé Dirceu, um espaço para a discussão do Brasil”, depois de apresentar ao tribunal as alegações finais da sua defesa. Dirceu é um dos 36 arguidos da acção penal 470 que corre no Supremo Tribunal Federal do Brasil. O megaprocesso deverá ser finalmente julgado este ano.

Box
Um amigo no Governo
José Dirceu conhece muita gente em Portugal. Para além de João Abrantes Serra, de Nuno Vasconcellos e Rafael Mora, presidente e vice-presidente, respectivamente, da Ongoing, conta com a amizade de Miguel Relvas. O ministro dos Assuntos Parlamentares, que é filiado na mesma loja maçónica do líder da LSF & Associados, Fernando Lima, a Universalis, confirmou ao PÚBLICO que mantém uma relação de amizade com José Dirceu, que data de 2004, apesar de “já não o ver há cerca de um ano”. Recentemente, a imprensa brasileira noticiou que José Dirceu preparava o terreno para a Bandeirantes entrar na RTP e evidenciou a amizade do brasileiro ao ministro Miguel Relvas, que tutela o canal público, como sendo “facilitadora do negócio”. A Bandeirantes tem quadros a trabalhar no canal de televisão.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Franciscanos no Grão Pará (1622-1750) tese louvada em Lisboa

A querida amiga e colaboradora do Forúm Landi, Maria Adelina Amorim, recebeu o doutoramento com louvor, por seu extraordinário trabalho sobre as atrividades dos missionários franciscanos no Grão Pará.
A publicação de seu trabalho enriquecerá muito o conhecimento do que ocorreu nestas plagas.
Um personagem importante destas aventuras é Frei Cristóvão de Lisboa, autor da História dos Animais e Plantas do Maranhão, que provavelmente escreveu parte do livro no Convento de Sto. Antônio em Belém. ( Por Maranhão entenda-se Maranon, um dos nomes do rio Amazonas)
Transcrevo, abaixo a notícia como postada pelo Vitor Serrão, no Facebook.

A Maria Adelina Amorim acaba de defender em provas públicas a sua monumental tese de Doutoramento em História e Cultura do Brasil subordinada ao tema A MISSIONAÇÃO FRANCISCANA NO ESTADO DO GRÃO PARÁ E MARANHÃO (1622-1750). AGENTES, ESTRUTURAS, DINÂMICAS, perante um júri de luxo constituído pelos especialistas Profs. Ângela Domingues, Pedro Calafate, João Marinho dos Santos, Alberto Vieira, Francisco Contente Domingues, José da Silva Horta, António Dias Farinha e António Ventura, que presidiu à longa sessão.
Uma prova de altíssimo nível, coroada com a mais alta classificação de muito bom por unanimidade cum laude... O acto decorreu na Reitoria da Universidade de Lisboa, a 13 de Fevereiro, com sala plena e debate muito animado sobre os temas em apreço ligados ao papel da ordem franciscana -- e do ramo da Província de Santo António -- no processo da conquista e povoamento do antigo Estado do Maranhão e Grão Pará e das acções de missionação e descimento das comunidades ameríndias, à luz de abundantes fontes inéditas, fruto de uma pesquisa e de uma reflexão original de muitos anos...

Dos integrantes da banca, a professora Âgela Domingues, já esteve em Belém, convidada pelo Fórum Landi para dar um curso sobre a Viagem Filosófica de Alexandre Rodrigues Ferreira.

P.S.: Será que deveríamos adotar esta solenidade, este vestuário pomposo, também aqui, nas defesas de tese doutorais?
Ou temos que, na informalidade assumir nossa identidade de universidades do "novo mundo"?

Novos tempos, novas luzes

Tá ficando mesmo, "coisa de museu" a tal:
Fui na exposição do Coletivo Câmara Kó, uma exposição "com fins lucrativos", todas as fotos à venda.



E ninguém me impediu de fotografar...




Ninguém ficou com medo de que, com minha câmera de 3 mega pixels eu fosse capaz de piratear as fotos e vender nos sinais de trânsito.
Depois fui ao palácio Lauro Sodré ver a reapresentação da tela "A Conquista do Amazonas", do Antônio Parreiras, concluída a restauração.


Quem quis fotografar, fotografou.
Não teve repressão, e tinha muito segurança e até um destacamento de fuzileiros navais e o almirante comandante do 4º Distrito Naval de corpo presente, alí, vivinho e colorido, ou melhor, de "cisne branco".(Bem na esquerda da foto)




Eu não quero ser indiscreto, mas esta aí que está agredindo a tela, com seu aparelho de sugar cor, é professora de Restauro da "Federal".



Longe de mim ser fuxiqueiro, mas essa uma que atenta contra a obra apenas restaurada, é a diretora do Sistema de Museus do Estado.
Que bom, que maravilha!
Vamos festejar os novos tempos, os novos ventos, que acompanham novos inVentos.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Achar os outros feios, é preconceito?



Comprei em um sebo em Curitiba.
A paranaense é só elogios para Maceió: É uma beleza!
Recomenda para passar uma lua-de-mel.
Estávamos em 1982, diz que o comércio é o mesmo de Curitiba, mas comenta: o povo apesar de hospitaleiro e prestativo, É FEIO.
Como classificar esta atitude?
É preconceito?
É discriminação?
É imoral?
É ilegal?
É feio?
É pecado?
É sacanagem?

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

A impostura do impostômetro

Ele é o queridinho da imprensa liberal. Sempre que bate um recorde, lá vai ele para as manchetes e é logo anunciado pelo Bonner com aquelas suas sacodidelas sacudidas.
Pura hipocrisia, mera manipulação ideológica.
Desta vez anunciaram que a marca dos R$ 200 bilhões de impostos federais, estaduais e municipais foi atingida 9 dias antes, se comparada ao mesmo período de 2011.

Falta mostrar o outro lado, o lado mais cruel desta história, falta colocar ao lado do IMPOSTÔMETRO um outro painel mostrando qual é o principal destino dos impostos.
Eles não vão sustentar "as gigantescas estruturas do estado", "pagar salários de marajás para a maioria dos funcionários públicos", por exemplo, professores ou finananciar a educação, a pesquisa, a saúde, o saneamento, a segurança pública.

Para serem honestos, os patrocinadores do IMPOSTÔMETRO, deveriam colocar lado a lado um JURÔMETRO demonstrando que a maior partes dos impostos pagos pelos cidadãos vai alimentar a ciranda financeira.

O orçamento federal para 2012 prevê uma arrecadação de R$ 389,3 bilhões de impostos. Enquanto as despesas com a amortização juros e encargos da dívida são de R$1.014,80 bilhões, ou seja 2,6 vezes maior que o valor dos impostos arrecadados.
Esta pizza ajuda a ver o quanto da vida nacional é tranferida para o capital financeiro.

O IMPOSTÔMETRO É UMA IMPOSTURA.

Vamos criar o HIPOCRITÔMETRO, para medir o tamanho da hipocrisia desta gente.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Olimpo em chamas

Pelas ruas de toda a Elláda (Grécia), deusas e semi-deusas protestam...





Prometeu, com o fogo que robou dos deuses, incendeia tudo.









Será que a casa-da-mãe do Ocidente vai cair?


Da série: Pelas Ruas do Mundo.
Mais aqui.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Umberto Eco também erra.

Ele é um dos deuses do meu panteão, como todo deus que se presa, tem lá um monte de defeitos, as vezes exagera nas concessões metafísicas.
Bibliófilo, resistiu o que pode ao livro eletrônico, agora comprou um iPad, mas já foi reclamando: não dá para riscar, anotar, isso ainda não é possível fazer em um tablet.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Vamos comprar a Capela Pombo


Amigos blogueiros,
No dia do Aniversário de Belém, o Fórum Landi da UFPA lançou uma campanha para arrecadação de recursos chamada crowdfunding, muito comum hoje em dia na web, na qual os interessados financiam uma dada iniciativa.
No dia do seu lançamento, a campanha foi muito badalada e debatida nas redes sociais, mas agora a coisa esfriou.
Sabemos que o valor pedido pelo proprietário para a compra da capela Pombo é exorbitante, dificilmente alguém ou alguma empresa estará disposta a pagar esse valor por um bem tombado e que não pode ter outra utilização. Porém, reconhecemos que o proprietário deve receber justa contrapartida monetária. Entendemos também que, tratando-se de um bem, patrimônio da cultura nacional atribuído a Landi, a responsabilidade pela sua conservação e manutenção deve ser da sociedade e do Estado.
O objetivo da campanha é, portanto, criar uma nova consciência e responsabilidade da cidadania por seu patrimônio cultural e estimular essa boa prática, tão difundida alhures, do pequeno mecenato.
Essa mobilização também fortalece o Fórum Landi da UFPA e o legitima para novos pleitos, pois há muito a fazer. Entendemos que crowdfunding terá, neste caso em que o valor é muito alto, um milhão de reais, um significado simbólico, mas que ajuda a animar a rede de solidariedade e de interesse pelos temas da cidade. Comprar o imóvel é um passo fundamental, mas não basta comprá-lo, será preciso restaurá-lo e mantê-lo. O Fórum Landi da UFPA, com a legitimação da comunidade, pode pleitear junto aos órgãos federais recursos para o restauro e a conservação do bem.
Peço o apoio de todos os blogueiros que queiram participar dessa campanha, que reproduzam esse cartaz e o link [http://www.eupatrocino.com.br/projetos/12], para que continuem as doações e que possamos atingir esse objetivo. É fundamental exibir o link acima em lugar visível, para que os seus leitores possam acessá-lo. O link do cartaz é apenas ilustrativo.


Flávio Nassar
Blogueiro e Coordenador do Fórum Landi

P.S.: Para doar é um pouco trabalhoso, tem que primeiro se cadastrar e depois fazer a doação, mas o processo é absolutamente seguro, o desconto no cartão só se efetua após confirmação telefônica. Se o projeto não atingir seu objetivo, o dinheiro será devolvido, via cartão ou conta bancária, dependendo de como foi feita a contribuição.
Se você já quiser experimentar, clique aqui.
Este é o link do endereço do crowdfunding para quem quiser reproduzir junto com o cartaz.
http://www.eupatrocino.com.br/projetos/12

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

A posição BassaK

Perguntaram para o prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, qual era a posição ideológica PSD, o novo partido, que ele está fundando.
Respondeu:

Não é de esquerda.

Não é de direita.

Nem de centro.

Nada mais verdadeiro!

É um partido que, sempre quer estar por cima...

da carne seca.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Nos EUA, também decadência de cabeças

O texto abaixo, de incrível lucidez crítica, é um trecho de um discurso deste pleiteante à candidatura de presidente dos EUA, pelo Partido Democrático , em 1968.


Vejam a análise que ele faz da composição do PIB estadunidense.
"Nosso Produto Interno Bruto agora ultrapassa 800 bilhões de dólares por ano. Mas nesse PIB estão embutidos a poluição do ar, os comerciais de cigarros e as ambulâncias para limpar nossas carnificinas. Ele inclui fechaduras especiais para nossas portas e prisões para as pessoas que as arrombam. Inclui a destruição de nossas sequoias e a perda de nossas maravilhas naturais em acumulações caóticas de lucro. Inclui as bombas napalm e as ogivas nucleares e os veículos blindados da polícia para combater os tumultos em nossas cidades. Inclui (...) os programas de televisão que estimulam a violência com a finalidade de vender brinquedos a nossas crianças. Entretanto, o PIB não garante a saúde de nossas crianças, a qualidade de sua educação ou a alegria de suas brincadeiras. Não inclui a beleza de nossa poesia ou a solidez de nossos casamentos, a inteligência de nossos debates públicos ou a integridade das autoridades de nosso governo. Ele não mensura nosso talento ou nossa coragem, nossa sabedoria ou nosso aprendizado, nossa compaixão ou nossa devoção a nosso país. Ele tem a ver com tudo, em suma, exceto com aquilo que faz com que a vida valha a pena. E ele pode nos dizer tudo sobre os Estados Unidos, exceto o motivo pelo qual temos orgulho de ser americanos."
O autor do discurso é Robert Kennedy, dito três meses antes de ser assassinado em 6 de junho de 1968.
Pudera, se meteu em más companhias!

Com o ativista dos direitos dos negros Martin Luther King, assasinado dois meses antes, em 4 de abril de 1968.

Mas também tinha uma curiosidade incrível !!!
De olho no "fenômeno" de Marylin Monroe!

Comparando com hoje, vamos desconsiderar o Bushinho, a foto explica:

Mesmo o infeliz Obama, com todo o aparato de marketing, seus grandes discursos: de posse, o do Cairo, o do Rio de Janeiro, foram, como diria o Carlos Drumond, de "um poeta municipal".

TUDO FICOU MENOR
Falou Zaratrusta.

Não só aqui, onde escoregamos do Conde dos Arcos, o ensecador do Piry da Jussara, para o Conde do Arco da Velha, o secador do erário público, o famigerento Dudu.
Na cabeça do império, também, minguadas ideias.
KENNEDY, Robert apud SANDEL, Michael J. Justiça - o que é fazer a coisa certa, 4.ª ed., Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011, p. 324.
Recebido por email de Marcos Palácios