sábado, 30 de junho de 2012

Quem é a favor da ESCRAVIDÃO?

Conhece alguém que seja?
Tem um amigo, parente?
Não me refiro a pessoas preconceituosas, mas falo de gente que é contraria à punição daqueles que escravisam seus semelhantes,

seus irmãos na grande parentalia que é a humanidade.

Na votação da lei que propõe severa punição aos ruralistas flagrados praticando trabalho escravo, a bancada do Pará votou majoritariamente SIM. Dois elementos se abstiveram: Zequinha Marinho (pastor evangélico) e Asdrubal Bentes. Dois elementos votaram NÃO: Giovani Queirós e Lira Maia.
Confira:

Estão lembrados? a quadrilha (refiro-me aqui a um conjunto de quatro elementos, veja no Aulete Digital) foi toda a favor da divisão do Pará.

Quando postei aqui no blog que eles não eram flor que se cheirasse, que representavam grileiros, pistoleiros, a bandidagem agrarista armada, eles se ressabiaram, vários "anônimos" anômalos das suas assessorias de imprensa, me esculhambaram, atacaram violentamente, até a reputação de minha veneranda genitora.
Não publiquei, é claro.

Agora eles confirmaram tudo o que eu havia dito!!

Se a lei brasileira considera crime inafiançável aprisionar animais silvestres, como não deixar de punir com firmeza, quem aprisiona gente?

Dou um conselho aos leitores, porque assim o farei, se comigo acontecer de cair nas garas de um "gateiro" e for levado para uma dessas fazendas como "escravo": renunciar à condição humana e pedir para ser considerado

um papagaio,

arara,

uma anta que seja,

desse modo, os que me aprisionassem iriam ficar no xilindró sem direito a pagar fiança.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Na casa de Roberto Santos

Um dia, teria sido em 2005, eu organizava a Exposição "Landi: Cidade Viva" em um prédio no Largo do Carmo e, por acaso, encontro o Dr. Roberto Santos, rola o papo, falo do que estava fazendo, ele diz ter nascido em uma casa no Carmo.
Eu buscava referências sobre a praça, os imóveis do entorno, para situar históricamente o local da exposição no teatro urbano.

Chegamos à conclusão de que a exposição aconteceria justo na casa onde ele havia nascido. Disse-me que tinha um quadro do Balloni que a retratava, convidou-me para conhecê-lo.
Para encurtar o relato, dias depois recebo uma foto do quadro, feita pelo seu filho Paulo Santos e atorização para usá-la na exposição.

Quando falou-me da casa descreveu detalhes. Lembrou que tinha uma capela e que a famosa imagem Nossa Senhora do Leite, hoje no Museu de Arte Sacra, pertencia à sua família, que dou a imagem para a igreja do Carmo.
Veja na foto do Artur Ianinni.

Tempos depois, recebo cópias das fotos de Belém do acervo Robert Smith sob a guarda da Fundação Gulbenkian em Lisboa. Bato o olho, e reconheço na foto mal enquadrada, a casa, a dita casa do Dr. Roberto.
Rápido, anexo a um email e no assunto pergunto: Conhece esta casa?
Em minutos toca o telefone:
- É a minha casa, onde tu conseguiste esta foto?

Dias depois, mandei-lhe a casa em formato A4.
Depois de Ferreira Gullar, pergunto:
Onde estaria o menino neste meio-dia, quase tarde entre 1937 e 1947, quando o gringo bateu a foto?
Dormia?
Estudava?
Sonhava?
Ou simples, da varanda dos fundos olhava o rio, este que sempre passa diferente e indiferente?

A casa foi deletada da paisagem real e triste de Belém.
O Fórum Landi fica no prédio à esquerda, na foto ou na pintura se vê só a parede.

Mas tanto no quadro de fortes cores de Balloni quanto na foto em preto e branco de Smith seremos sempre vizinhos, sempre.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

domingo, 24 de junho de 2012

Depois das QUARTELADAS, as PARLAMENTADAS

A história política da America Latina sempre foi atormentada pelas QUARTELADAS, que segundo o iDicionário Aulete é "Pej. Rebelião de militares com o objetivo de tomar o poder".
Agora o lixo anti-democrático se reciclou e os Golpes passaram a ser dados nos Parlamentos: PARLAMENTADAS, seriam assim, "golpes democráticos".
Depois de Honduras, agora no Paraguai...

No Paraguai um fato me chama atenção, em um país que tem duas línguas oficiais, o espanhol e o guarani, sinal de grande presença índia, os senadores de lá são todos brancos!
Deu-me a impressão de que os espanhóis ainda governam.
Veja as imagens.

No Br os nossos malandros federais representam fisicamente a mistura de todas as étnias.
A nossa democracia racial permite que ascendam safados de todas as procedências.

Vendo a foto do povo que protestava na praça, dá pra ver que os paraguaios são miscigenados, misturados. Compartilhamos o mesmo passado colonial, e, se não fosse, era de acreditar que os colonizadores espanhois teriam mantido estrita castidade abaixo do Equador. Que só os portugueses eram lúbricos. Que as índias do Chaco não tinham o mesmo apetite por carne branca, como as nossas do litoral.

Igreja Católica apoia golpe no Paraguai

A Santa Madre não se emenda dessa mania de apoiar golpes de estado na America Latina. Foi assim no Brasil, Argentina, Uruguai; no Chile apoiou Pinochet.

E agora está lá com os velhos oligarcas, tierratenientes e mafiosos das drogas e do dinheiro sujo.

E ainda reclamam que estão perdendo fiés. Obvio, estão completamente por fora do que se move nas partes baixas da América.

Os vizinhos denunciram o golpe: rito sumário. O acusado não teve tempo de apresentar provas para refutar as forjadas pelos apressados quatís.

La Clinton, que na véspera defendeu o aborto: Para atingir nossas metas em desenvolvimento sustentável também temos que garantir os direitos reprodutivos da mulher. As mulheres devem poder tomar decisões sobre se e quando querem ter filhos. Leia mais aqui, também apoiou a "parlamentada".
E assim deus e o diabo, já estão unidos na campanha de Horacio Cartes, empresário, pecuarista e pré-candidato presidencial. Cartes tem diversas e controversas ligações, desde o narcotráfico até o pinochetismo. Não acredite em mim, confira, os telegramas da embaixada dos EUA.

As máfias não tem religião!

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Um fragmento do fêmur de Santana, será que é isso?


Outra possível origem da maldição que caiu sobre Belém.

Dentre os muitos dons deixados por Landi à Belém, consta que doou para a igreja de Santana, devidamente autenticado pelo Cardeal de Bolonha, um fragmento do fêmur da beatissa avó do divino Salvador.
A tradição das relíquias é tão antiga quanto o cristianismo. Tem relíquia de tudo: da cruz, da coroa da espinho, do suor do arcajo São Miguel quando venceu o demônio, pena da asa do anjo Gabriel que caíu no quarto da Virgem por ocasião da Anunciação, do carvão das fogueiras onde assaram-se os mártires dos primeiros tempos, pedaços, braços, pés, língua, ossos, e restos, e lascas, e cuís de famosos santos e, até,  daqueles já esquecidos.
A relíquia que Landi nos doou não era umazinha qualquer, era de SantAna, a MÃE de Nossa Senhora e AVÓ de Nosso Senhor. Figura portanto muito bem posicionada no Panteon de nossos deuses; daquelas que não precisam marcar audiência para falar com o pessoal da suprema corte celeste, vão entrando sem se importar com os azeites de São Pedro. 
E o fragmento também não era um qualquer. Não era a unha do dedo mindinho do pé esquerdo, ou um pedaço do apêndice, que pelo próprio nome já é aposto, secundário, coisa que vai no fim da edição.
Era um padaço do fêmur, o osso de dentro da coxa. Da coxa na qual sentaram-se O Menino e A Mãe.
A Mãe de Deus e Jesus Cristo, redentor da humanidade, sobre essas coxas xixaram e obraram.



Maria que esta sempre lendo as escrituras, para simbolizar sua distinção, sua elevada condição humana e espiritual, nas representações da Anunciação, como nesta de Leonardo...


... alfabetizou-se sentada naquela coxa-fêmur como se vê na Santana Mestra, a mais popular representação da santa.


Um pedaço deste Universo, desta Cosmogonia, deste Mistério, estava aqui, bem alí na Praça Maranhão, antes Largo de Santana, na esquina da Pe. Prudêncio, ex-rua do Landi, com Manuel Barata, definido pelo Google Maps pelas coordenadas: 1º 27' 03" S e 48º 29' 54" O.


Guardadas em um relicário de prata dourada, mandado vir de Bolonha, como este...

Mas elas:
SUMIRAM
ESCAPULIRAM,
SE ESCAFEDERAM,
SALTARAM FORA,
DESAPARECERAM.
NÃO ESTÃO MAIS AQUI !!

Reza a tradição - e aqui se tratanto de religioso afair, deve rezar mesmo - que o Vigário de Santana, Cônego Nelson Soares, ausentou-se de Belém e quando voltou se deparou com o lugar mais limpo do mundo. Em cima do altar neca de necas.
Correu para o Arcebispado, ofegante, afogueado, suando, chegou fedendo e tremendo debaixo da batina preta:
- Dom Alberto! As relíquias, as relíquias, as relíquias! As santíssimas relíquias da beatíssima Nossa Senhora Santana, se fÔ!
- Como assim, se fÔ?
Perguntou o Arcebispo.
- Vossa Reverendissima pessoa não entende é isso: Se fÔ! Se fÔram, se foram. FORAM gatunadas nestes dias em que estive fazendo retiro, retiraram as relíquias do altar junto com a custódia. 
É isso, Vossa Reverendíssima Exelência captou? O fragmento do fêmur de Santana se fOi.


Para evitar escândalos que comprometessem a imagem da Igreja, Dom Alberto Ramos achou melhor não dar parte na Polícia.

Cortou-se assim a ligação direta, íntima, familiar entre Belém e as superiores dimensões celestiais. Entre Belém e a casa dos deuses, estavamos AQUI a dois passos do paraíso. A Avó e , ubíqua, falava com a Filha que pedia pro Filho, FILHO de Deus todo poderoso.

A História tem dado mostra de como esta comunicação em linha direta com os céus são importantes e têm dado bons resultados para quem delas usufrui.

Dois exemplos:


Constantino, o imperador que suspendeu a perseguição aos cristãos, ele mesmo teria se convertido in pectore depois que viu no céu um desenho da cruz de Cristo junto com os dizeres: In hoc signo vinces, "Com este signo vencerás".
Mandou pintar nos escudos de seus guerreiros o sinal da cruz e, estando em situação de inferioridade numérica, venceu Maxêncio, na Ponte Mílvia, no ano 312.

O apoio que recebeu do alto foi tal, que anjos desceram e apontavam onde estavam os inimígos. Veja o detalhe.



Outro que também contou com os benefícios da comunicação em tempo real, com as inefáveis alturas, foi Dom Afonso Henrique, fundador e primeiro rei de Portugal. Antes da Batalha de Ourique viu a imagem da cruz do Filho de Maria que o incentivava à luta. Como descreve Camões no canto Canto III, estâncias 42-53 dos Lusíadas, implorava ao crucificado que se mostrasse aos infieis e não a ele, já crente:
"Aos Infiéis, Senhor, aos Infiéis,
e não a mim, que creio o que podeis!"


Se ainda tivéssemos um canal dedicado de comunicação com as alturas, com os atuais recursos tecnológicos, sem grandes esforços cenográficos ou efeitos especiais dispendiosos, poderíamos ser orientados diariamente.
Por exemplo, quando aparecesse no céu, ou anexo em nosso email, ou postados no Face, uma imagm como essa aí de baixo:


Saberíamos, não se deveria acreditar/votar num cabra que tivesse dois Ds no codinome.

Com certeza, Belém não seria esta cidade jogada às baratas!

terça-feira, 12 de junho de 2012

Exposição fotogrAFÁVEL

Estando no Rio para uma reunião no BNDES, aproveitei para visitar a Exposição: Amazônia Ciclos de Modernidade no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil).

Não era proibido fotografar!

Assim pude anotar-registar com a câmara do meu celular (o caderno de notas do quotidiano).

Assim quem ainda não teve oportunidade de visitá-la, pode fazer uma viagem virtual a esta magnífica mostra.
Quem sabe, outros não se motivem a ir vê-la ao vivo.

Comecei por estes mapas do início dos 1700 na sala denominada: ILUMINISMO

Vejam que aqui aparecemos como: Belém do portugueses.

Neste o território é dividido e denominado de acordo com a presença das missões religiosas.

Chegamos aos desenhos de Landi...

Este corte da Igreja de Santana é do tamanho de uma folha de caderno.

E os demais da Coleção Alexandre Rodrigues Ferreira da Biblioteca Nacional, RJ.

Na extraordinária vista do largo das Mercês de Freire e Codina, dá para ver detalhes que as reproduções disponíveis não alcançam, como todos os tipos de vendendores...

ou as pessoas entrando na igreja. Estudar cada uma delas é uma tese de doutorado, sobre usos costumes, vestuário, formação étinica, alimentação e economia do Grão Pará na segunda metade do século 18.

Depois a Modernidade do Ciclo da Borracha...

A Semente de Seringa do Ronaldo Moraes Rego, domina.

A bibliografia do período e as Ações do Port of Pará.

E um cartaz do tempo em Belém que era a referência amazônica e nós estavamos no mapa do mundo: os cllippers, pousavam aqui.

E os "Modernos", Pastana e Teodoro Braga modernando no Norte, antes da "Modernidade" paulistocrática.

De repente um Goeldi, aquele que era proíbido fotografar no Museu da UFPA, apareceu e rápido no gatilho: CLICK, CLICK, CLICK!!!!!

Aproveitei também para fotografar o Riginni do Museu da UFPA.
Pode ser que aqui seja proibido.

Aí começaram a aparecer os amigos.
A Walda,

Paula Sampaio,

A Elza Lima,

O Patrick arborescendo,

E estes "Olhos Bem Abertos" do Miguel Chikaoca.

E o Luis Braga junto com a Tacacazeira da Antonieta Santos Feio.

E eram tantos que não dá para publicar tudo neste post. Publico depois.

Nem tudo é perfeito, esta instalação ainda insiste que a Amazônia é só bichos e arvores. Aí não teria havidos "Modernidades".

Ah! Sim, no catálogo tem um artigo meu sobre a "modernização" do Iluminismo.