terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Paris N'a Merde

Como somos uma cidade sem futuro, vivemos de recordações do passado.
A que mais fascina publicitários, jornalistas, e governantes de turno é essa história de Belém: Paris n'America, Paris Tropical, Cidade da Belle Époque.
No recente encarte publicitário que acompanhou a revista Veja (a míope), patrocinada pela prefeitura de Bel e governo do PA.
O tema insiste:
E persiste.
Na noite de sabado 28 de janeiro a residência Vitor Maria da Silva, no Ferro de Engomar, o maior conjunto de azulejos "Belle Époque" de Belém foi criminosamente e violentado, estuprado, saqueado.
Veja as fotos feitas pelo Luis Laguna, com o seu celular, na ação tipo Occupy dos quixotes do Fórum Landi e da Fotoativa que invadiram a casa, pulando por uma janela lateral e afugentaram os integrantes da tal "gang do azulejo" que rouba e vende para colecionador inescrupuloso e antiquário.
Não é de hoje que entidades ligadas ao patrimônio alertam o poder público sobre o estado de abandono do imóvel, pertencente ao grupo das lojas Esplanada, que parece estar usado a velha tática de deixar deteriorar até que venha ao chão.
Ouvidos mocos, surdos, tapados, ou se preferirem, o politicamente correto, com deficiência auditiva grave.
Leite derramado...
Dos administradores públicos, apenas o Secretário de Cultura Paulo Chaves foi ao local, perplexo com o que viu, lamentou-se impotente.
E a Prefeitura, agora comandada pela reencarnação do Conde do Arcos, o ensecador do Piry da Jussara (Só se for o Conde do Arco da Velha, secador do erário público) que tem o poder de polícia nas questões da legislação urbanística?
Que tem o dever de fiscalizar a aplicação da lei de proteção do centro histórico e do entorno de interesse a preservação.
Mas no próximo ano, no próximo aniversário de Belém, virão novamente com este papo furado: Paris n'América, Belém da Belle Époque, blá, blá, blá, blá, blá.....
Neste ritmo a desgraçada Paris n'America já terá sucumbido n'a Merde.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Elas e Eles continuam aprontando em 2012

Eles foram os campeões de postagens em 2011.




Os homens que pintam o cabelo. (Pelo cômico).




Elas foram campeãs de audiência: as ativistas da FEMEN.
E apesar de todas as promessas de não publicar mas sobre elas, para não ficar repetitivo, acabo voltando porque elas estão sempre aprontando uma diferente. Agora são internacionais e adotaram causas políticas gerais, não só as feministas.
Em Davos protestaram contra a pobreza: pobres por causa de vocês, diz o cartaz.



Ou a pintura no corpo.


A minha amiga de fé, minha irmã, camarada, Reginalves acha que a polícia da Ucrânia, assim como outras polícias criaram comandos anti-terror, anti-bomba; criou um comando anti-FEMEN, pela precisão cirúrgica com que eles tocam no corpo das moças. Ela reconhece que são sempre os mesmos guardas, esse um jamais consegue conter, totalmente, o riso. 




Já esses, aí de Davos...






Sim, mas voltemos à eles.
Eles querem muito, eles querem tudo, eles querem o topo.
Eles quem subir no pódium, para exibir todo o poder que o Wellaton confere à suas cabeças pintadas.







O Senador Alvaro Dias protestou: a disputa pela vaga de candidato do PSDB à presidencia da república, não pode ficar entre um careca...




E o neto de um careca, de futuro capilar incerto, mas já ameaçado pela genética.




Reivindicou o direito de concorer em nome dos (HPC) Homens que Pintam o Cabelo.



sábado, 28 de janeiro de 2012

Estupro no BBB trás garotas da FEMEN ao Brasil

Depois de infernizarem a policia ucraniana, as meninas da FEMEN, (que junto com os "Homens que Pintam Cabelo", foram as figuras maIs frequentes aqui no blog em 2011), estão internacionalizando seus protestos.

Semana passada foram até Sófia, capital da Bulgária, denunciar agressões contra mulheres e pedir "prison for rapists", "prisão para estupradores".

Com o escândalo do BBB-Br repercutindo internacionalmente, as garotas estariam programando um protesto em frente ao Projac.
Tudo o que acontecer a gente vai ver nas concorrentes da Globo.

P.S.: Isso é apenas um primeiro de abril "fora de época", mas que seria divertido seria.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Belém distante de ser Patrimônio Mundial


O grande problema de Belém é o conjunto. É a ausência total de uma política que coíba o avanço da degradação. Por não existir um plano, uma diretriz, a gente vê tudo se degradar. O problema não é restaurar um prédio. Se você reparar, isso se tem feito. A grande questão é uma política que vise reconquistar uma parte do tecido urbano. A gente vê alguns exemplos partindo da sociedade, o Fórum Landi, no Largo do Carmo, a Fotoativa, no Largo das Mercês. Mas em geral, é um grupo de ‘quixotes’, sem muitos recursos.

Minha entrevista no Diário do Pará de domingo 22/01/2012
Leia a integra aqui.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Platão da UFPA brilha no sul

Nos primórdios do colunismo social da "terrinha" havia um colunista, não sei qual, que mantinha uma seção: Paraenses que brilham no sul. Quem brilhasse no sul, teria luz suficiente, não poderia mais ser ignorado aqui, confirmando o bíblico: niguém é profeta em sua terra.
Continuamos provincianos, e, neste caso, a Bíblia continua a ter razão.
Somente somos capazes de reconhecer algum brilho por aqui, se for apontado de fora, melhor, do "sul maravilha".
Os três primeiros volumes das obras completas de Platão editadas pela Editora da UFPA, brilharam no sul.
Na edição do domingo 15 de janeiro, Hélio Schwartsman em sua coluna na Folha de São Paulo publicou Platão e o Kindle com elogiosos comentários.
Pronto, agora todos já podemos elogiar.
Transcrevo abaixo.

Platão e o Kindle

O diabólico Kindle, que faz com que eu carregue a Amazon inteira debaixo do braço, reduziu a frequência e o escopo de minhas visitas a livrarias físicas. Alguns dias atrás, porém, aquiesci aos caprichos de um de meus filhos e me deixei perder nos corredores de um grande varejista de São Paulo.

A surpresa não poderia ter sido mais agradável. A Editora da Universidade Federal do Pará lançou uma caprichada edição bilíngue dos diálogos de Platão. Não sou de rasgar elogios à toa, mas é coisa de Primeiro Mundo: capa dura de tecido, papel de 90g e, mais importante, o texto grego que corre ao lado da tradução brasileira página a página. De comparável, há coleções como a francesa Belles Lettres e a americana Loeb Classical, que tiveram início nas primeiras décadas do século 20.

A tradução utilizada foi a do sempre competente Carlos Alberto Nunes (1897-1990). Ele é, se quisermos, um clássico entre os tradutores. Dono de uma prosa límpida, privilegia a compreensão do original, sem perder-se em invencionices ou detalhes que interessam, sobretudo, a especialistas. Trata-se, portanto, de uma boa escolha para uma edição bilíngue, na qual as complexidades semânticas e sintáticas estão a poucos centímetros de distância, à disposição para a consulta de helenistas.

Mas basta de propaganda. Cada um dos Platões custa R$ 80. A coleção inteira, que terá 18 volumes, sairá por R$ 1.440, preço salgado para a maioria dos bolsos universitários. É um valor praticamente igual ao dos tomos da Belles Lettres (€ 35), mas muito superior ao dos volumes da Loeb, que ficam por US$ 24 (R$ 40).

Principalmente por falta de leitores, o livro no Brasil tem baixas tiragens e, por isso, sai caro. É a razão pela qual não abro mão de meu Kindle: com o mesmo quinhão do orçamento, adquiro muito mais títulos. Com isso, editores e livreiros brasileiros perdem mais um leitor. É o que os economistas chamam de círculo vicioso.

Parabéns para a Simone Neno, Diretora da Edufpa.
Parabéns para o Maneschy que apoiou, apaixonadamente, o projeto sonhado pelo Benedito Nunes.
Eles brilharam por nós.

PIPA e SOPA: Juntam novos crimes com o crime de Caim

- Eu matei um homem, e tu?
- Eu copiei uma imagem.

Rola na rede.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Piadas da academia

A revista "Seleções do Reader Digest" tinha uma seção: Piadas da Caserna. Na noite de lançamento da Coleção do Platão da Editora da UFPA, na Livraria Cultura de São Paulo, criou-se uma expontânea rodada de: Piadas Acadêmicas. Esta, contada pelo Prof. Nelson Papavero, Zoólogo da USP, foi reconhecida como a que melhor descreveu nossa espécie.

Depois de criar o universo o Senhor ...


Dedicou-se ao seu mais complexo trabalho, criar o homem, a mais perfeita das criaturas...


O trabalho exigido foi tanto que Ele precisou descansar...


Nem bem recuperara-se, é informado pelos querubins e serafins da corte celeste, do pecado de Adão e Eva.



A queda e expulsão do Paraíso eram comemoradas no Inferno pelo Diabo e seus corifeus.
Se gabava o Capiroto:
O Velho tá caduca mesmo, não sabe fazer mais nada, a melhor das criaturas, veio com defeito de fabricação, não funcionou direito nem na primeira semana de uso.
Pânico entre os suaves querubins, desespero entre os sutis serafis, quase já duvidavam da onipotência do Super-Tudo.
- Apacentai-vos, anjos de pouca fé, ou eu não me chamo: Ruby, o Todo-Poderoso:
- Criarei um ser absolutamente superior a todas estas despresíveis criaturas e que será apenas um pouquinho abaixo de mim. Muito pouco, pouco, mesmo.
Faça-se o:
PROFESSOR UNIVERSITÁRIO

Desta vez o pânico foi no inferno, os íncubos, súcubos e demais habitantes do Averno, diante de tão perfeito ser, já queriam desistir.
Mas o Diabo, velho de guerra:
- Calma passoal, este aí não vai ter, sequer, um segundo de paz.
Fez-se então, a mais demoníaca criatura:
O colega do professor universitário.

P.S.: Comentou o Prof. Luis Barco, matemático e professor de Lógica: a história é simétrica e neutra, você nunca sabe se é o professor, ou o colega.

Apóie esta campanha


Rola na rede.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Igreja para quem precisa de polícia

Da série rola na rede:
No Brasil a coisa mais fácil é fundar uma igreja, depois desfrutar as maravilhas das isenções e outros privilégios.
Conheça a história dos jornalistas que fundaram a Igreja Heliocêntrica tudo começou aqui.
E veja, a lista das igrejas fundadas em 2010:
Obs: Na série rola na rede reproduzo o que recebo por email e que acho interessante, não verifico a procedência, veracidade etc.

LISTA DE IGREJAS ABERTAS NO BRASIL EM 2010
- Igreja da Água Abençoada
- Igreja Adventista da Sétima Reforma Divina
- Igreja da Bênção Mundial Fogo de Poder
- Congregação Anti-Blasfêmias
- Igreja Chave do Éden
- Igreja Evangélica de Abominação à Vida Torta
- Igreja Batista Incêndio de Bênçãos
- Igreja Batista Ô Glória!
- Congregação Pass o para o Futuro
- Igreja Explosão da Fé
- Igreja Pedra Viva
- Comunidade do Coração Reciclado
- Igreja Evangélica Missão Celestial Pentecostal
- Cruzada de Emoções
- Igreja C.R.B. (Cortina Repleta de Bênçãos)
- Congregação Plena Paz Amando a Todos
- Igreja A Fé de Gideão
- Igreja Aceita a Jesus
- Igreja Pentecostal Jesus Nasceu em Belém (do Pará?)
- Igreja Evangélica Pentecostal Labareda de Fogo
- Congregação J. A. T. (Jesus Ama a Todos)
- Igreja Evangélica Pentecostal a Última Embarcação Para Cristo
- Igreja Pentecostal Uma Porta para a Salvação
- Comunidade Arqueiros de Cristo
- Igreja Automotiva do Fogo Sagrado
- Igreja Batista A Paz do Senhor e Anti-Globo
- Assembléia de Deus do Pai, do Filho e do Espírito Santo
- Igreja Palma da Mão de Cristo
- Igreja Menina dos Olhos de Deus
- Igreja Pentecostal Vale de Bênçãos
- Associação Evangélica Fiel Até Debaixo DÁgua
- Igreja Batista Ponte para o Céu
- Igreja Pentecostal do Fogo Azul
- Comunidade Evangélica Shalom Adonai, Cristo!
- Igreja da Cruz Erguida para o Bem das Almas
- Cruzada Evangélica do Pastor Waldevino Coelho, a Sumidade
- Igreja Filho do Varão
- Igreja da Oração Eficiente
- Igreja da Pomba Branca
- Igreja Socorista Evangélica
- Igreja A de Amor
- Cruzada do Poder Pleno e Misterioso
- Igreja do Amor Maior que Outra Força
- Igreja Dekanthalabassi
- Igreja dos Bons Artifícios
- Igreja Cristo é Show
- Igreja dos Habitantes de Dabir
- Igreja Eu Sou a Porta
- Cruzada Evangélica do Ministério de Jeová, Deus do Fogo
- Igreja da Bênção Mundial
- Igreja das Sete Trombetas do Apocalipse
- Igreja Barco da Salvação
- Igreja Pentecostal do Pastor Sassá
- Igreja Sinais e Prodígios
- Igreja de Deus da Profecia no Brasil e América do Sul
- Igreja do Manto Branco
- Igreja Caverna de Adulão
- Igreja Este Brasil é Adventista
- Igreja E.T.Q.B (Eu Também Quero a Bênção)
- Igreja Evangélica Florzinha de Jesus
- Igreja Cenáculo de Oração Jesus Está Voltando
- Ministério Eis-me Aqui
- Igreja Evangélica Pentecostal Creio Eu na Bíblia
- Igreja Evangélica A Última Trombeta Soará
- Igreja de Deus Assembléia dos Anciãos
- Igreja Evangélica Facho de Luz
- Igreja Batista Renovada Lugar Forte
- Igreja Atual dos Últimos Dias
- Igreja Jesus Está Voltando, Prepara-te
- Ministério Apascenta as Minhas Ovelhas
- Igreja Evangélica Bola de Neve
- Igreja Evangélica Adão é o Homem
- Igreja Evangélica Batista Barranco Sagrado
- Ministério Maravilhas de Deus
- Igreja Evangélica Fonte de Milagres
- Comunidade Porta das O velhas
- Igreja Pentecostal Jesus Vem, Você Fica
- Igreja Evangélica Pentecostal Cuspe de Cristo
- Igreja Evangélica Luz no Escuro
- Igreja Evangélica O Senhor Vem no Fim
- Igreja Pentecostal Planeta Cristo
- Igreja Evangélica dos Hinos Maravilhosos
- Igreja Evangélica Pentecostal da Bênção Ininterrupta
- Assembléia de Deus Batista A Cobrinha de Moisés
- Assembléia de Deus Fonte Santa em Biscoitão
- Igreija Evangélica Muçulmana Javé é Pai
- Igreja Abre-te-Sésamo
- Igreja Assembléia de Deus Adventista Romaria do Povo de Deus
- Igreja Bailarinas da Valsa Divina
- Igreja Batista Floresta Encantada
- Igreja da Bênção Mundial Pegando Fogo do Poder
- Igreja do Louvre
- Igreja ETQB, (Eu Também Quero a Bênção)
- Igreja Evangélica Batalha dos Deuses
- Igreja Evangélica do Pastor Paulo Andrade, O Homem que Vive sem Pecados
- Igreja Evangélica Idolatria ao Deus Maior
- Igreja MTV, Manto da Ternura em Vida
- Igreja Pentecostal Marilyn Monroe
- Igreja Quadrangular O Mundo É Redondo
- Igreja Pentecostal Trombeta de Deus
- Igreja Pentecostal Alarido de Deus
- Igreja pentecostal Esconderijo do Altíssimo
- Igreja Batista Coluna de Fogo
- Igreja de Deus que se Reúne nas Casas
- Igreja Evangélica Pentecostal a Volta do Grande Rei
- Igreja Evangélica Pentecostal Creio Eu na Bíblia
- Igreja Evangélica a Última Trombeta Soará
- Igreja Evangélica Pentecostal Sinal da Volta de Cristo
- Igreja Evangélica Assembléia dos Primogênitos
- Ministério Favos de Mel
- Assembléia de Deus com Doutrinas e sem Costumes

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

O crime compensa: garante pró-reitor

Sobre a postagem Pró-reitor em flagrate delito desrespeita direito autoral, Paulo Vergolino, produtor executivo da amostra, respondeu privadamente para meu email em vez de fazê-lo publicamente no blog, como seria seu direito. Vou respeitá-lo, mantendo o sigilo de sua resposta, mas vou, publicamente, fazer comentários sobre o conteúdo de sua contestação.

A postagem teve um claro objetivo contestar a maneira mercantilista de entender a propriedade intelectual.
Fui claro, é preciso combater essa tentativa do Capital de se apropriar, tornar privado os bens da cultura humana sob o nome de direito autoral, de propriedade intelectual, direito de imagem.
A cultura é um processo histórico ininterrupto produzido coletivamente.
É um bem comum da humanidade. Se deve remunerar os seus produtores da mesma forma como se remunera os que trabalham em outras atividades humanas.
Quando o Bill Gates provar que pagou os direitos autorais à Aristóteles pela leis da lógica, ainda hoje usada por seus programadores, ou ao cara que inventou a soma, o alfabeto, os números arábicos...
Eu, imediatamente, em um gesto largo, liberal e moscovita, como diz Álvaro de Campos, depositarei na conta da Microsoft, o correspondente a todos os programas que pirateei.
Putz! citei o Fernando Pessoa e nem me preocupei em pagar direitos autorais, direito pelo uso de suas palavras.
Se existe direito de imagem, por que não o "direito de palavra"?
Palavras, imagens, sons, softwares são todas formas de expressão, de comunicação. 
(Me corrija se eu estiver errado, o professor Fábio Castro)
O que difere um poema de uma imagem?
E a poesia visual, a poesia concreta, é poesia ou imagem?
Pode ser citada como palavra, ou tem que pagar direito de imagem?

Haroldo de Campos

A liguagem dos computadores reduz tudo a bits e bytes, não importa se som, imagem, palavra: tudo é o um só fluxo que une emissor e receptor. Assim também é o nosso cérebro.
Se eu posso, copiar o verso, citar o verso, samplear o verso, deslocá-lo de seu texto, colocá-lo noutro contexto, por que não posso copiar/fotografar a imagem, samplear a imagem, deslocar a imagem, colocá-la em outro contexto, sem ter que pedir licença, pagar direito?


Todo mundo pirateou Korda.
Ninguém pagou direito de imagem para Korda.
Direito autoral para Korda.
O autor da mais famosa foto de Ernesto Guevara.


Nada foi mais sampleado, citado, copiado, pirateado do que esta foto do Che.

Andy Warol sampleou a foto de Korda
Remixou a foto de Korda.
Fez de Che um pop-star.


A Mercedes Benz, copiou, pirateou, sampleou, Korda.
Trocou a estrela, de cinco pontas, da boina do "Comandante" pelo símbolo da multinacional.


Como disse, repito: Hoje o ato de fotografar, registrar no chip do celular/câmera, este complemento eletrônico indispensável para o "complexo-ente-pós-humano" que somos, e depois blogar, tuitar ou feicebucar, faz parte de nosso processo cognitivo, ou pelo menos de memorização. Só ver não basta, a câmera do celular, quase já universalizada, é extensão do olho e da memória: registra, armazena, e distribui.
A câmera/celular é o caderno de notas (notebook).
Será que com uma câmera de miseráveis 3 megapixels, alguém pode produzir um trabalho comercial? Sem luz, sem fundo adequado, sem tempo de exposição, sem tripé? O que só se obtém com aparato profissional e tempo de produção.
Proibir fotografar em nome do direito de imagem é manifestação histérica da propriedade, no sentido de controlar de "vigiar e punir", como ensinou Foucault.

Samplear é preciso
Coletivo brasileiro na internet combate o copyright em prol da
  generosidade intelectual.Veja.

Mas eu não estou só. O post manteve durante três dias média de mais de 500 acessos. Vários comentários, a grande maioria altamente favoráveis, inclusive colegas que são referência na UFPA, confira.
No Facebook o link foi replicado em diversos perfis de personalidades de destaque no mundo artístico e cultural.



Mas nós não estamos sós. Ontem, 18 de janeiro, aqueles que pensam uma internet pública, aberta, colaborativa, criativa, os amantes da liberdade de expressão na web, fizeram um dia de protesto contra a SOPA lei que autorizaria o Departamento de Justiça dos Estados Unidos e os detentores de direitos autorais a obter ordens judiciais contra sites que estejam facilitando ou infringindo os direitos de autor ou cometendo outros delitos e estejam fora da jurisdição estadunidense. O procurador-geral dos Estados Unidos poderia também requerer que empresas estadunidenses parem de negociar com estes sites, incluindo pedidos para que mecanismos de busca retirem referências a eles e os domínios destes sites sejam filtrados para que sejam dados como não existentes.
A internet para os cidadãos dos EUA sofreu um blackout.


Assim seria a WEB se a Lei de Combate à Pirataria Online fosse aprovada.
Advertia este sítio que abriga o maior banco de imagens sobre arquitetura do mundo.
É um projeto que seria impossível sob a SOPA.


O The Telegraph, jornal conservador inglês fez a melhor comparação: 
SOPA equivale ao esmagamento da prensa de Gutemberg.

Se posicionaram contra a SOPA as principais empresas que atuam na Internet como o Facebook, Twitter, Google, Yahoo!, LinkedIn, Mozilla, Wikimedia, Zynga, Amazon, eBay, Reddit, 4chan e 9GAG. Também organizações de direitos humanos, como Repórteres Sem Fronteiras e Human Rights Watch. A empresa de registro de domínios Go Daddy inicialmente apoiou a proposta. O posicionamento atraiu fúria de seus clientes, levando-a reconsiderar o apoio.

Eu vou te samplear, eu vou te roubar!
A Xirley na voz da Gaby Amarantos pode ser o grito-hino desta liberação-libertação.


Vou apresentar ao Conselho UNIVERsitário a proposta do prof. Haroldo Baleixe:
Que a UFPA não abrigue exposições que venham com este tipo de exigência.
A UNIVERsidade tem que ser vangarda.
Tem que ser guardiã dos valores humanos.
Tem que ser de todos e para todos, tem que ser UNIVERSAL.

P.S.: Paulo, resto são abobrinhas burocráticas que não merecem comentários.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

PIPA & SOPA ameçam liberdade na internet


Jimmy Wales, fundador da enciclopédia, afirmou que o site na língua inglesa ficará fora do ar por 24 horas em protesto ao SOPA (Stop Online Piracity Act), projeto em discussão na Câmara americana, e ao PIPA (Protect Ip Act), projeto semelhante que corre no Senado.
Leia o comunicado oficial da Wikipedia aqui.
Na página em português-br este aviso:
A comunidade da Wikipédia em inglês autorizou a retirada do ar de todas as páginas daquele projeto no dia 18 de janeiro de 2012 durante 24 horas. A ação é um protesto contra uma legislação (SOPA-PIPA), em discussão no Congresso dos Estados Unidos, que poderá atentar contra a liberdade de expressão e informação na Internet.
Leia mais diretamente na pagina da Wikipedia aqui.
P.S.: Cada vez mais se restringe, nos EUA, a liberdade.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

BBB: Bela Bosta Belém

Dia de festa?
Motivo prá comemorar?
Só tenho prá xingar
Este texto foi publicado na revista eletrônica ViAmazônia do Intituto de Arte do Pará, IAP lançada em Julho de 2005. O IAP era dirigido pela Regina Maneschy e o Bibas dirigia a revista. Jatene governador.
Perfeito de Belém: Edimilson Rodrigues.
O Secreotário de Economia: Bordalo.
O Ganzer, vice-mais-que-perfeito.
Não importaM as circunistâncias.
A história é a histérica mesméria, mesmisse.
PRÁ FRENTE OU PRÁ TRÁS.

Por isso lá vai de novo, o agora rebatizado:

BBB: BELA BOSTA BELÉM


O Bibas me convidou prum samba 1
[do crioulo doido 2]
EU VOU...!
Por que não? 3
O tema do enredo:
A gostosa Belém de outrora 4: de Bruno de Menezes ao Buraco da Palmeira.
E esse samba vai para: 5 
Gilberto Gil
Pro Ministério das Cidades
E pro secreótario Costuralo.

Vamos ao samba:

O enredo: contar os descaminhos da cidade: da gostosa Belém de outrora à desastrosa Belém de agora, iconificada no buraco.

O desafio: fazer cruzarem-se os destinos do poeta, do buraco e do autor que também quer se imiscuir na história.

Um conselho: deixar de lado a ilusão de que é possível inovar nas fórmulas narrativas; usar uma dessas receitas consagradas pelo uso.

No meio do caminho desta vida me vi perdido num mato escuro, solitário, sem cachorro e sem saída.
Ah, como armar no ar uma figura
desta selva selvagem, [urbe suburbana]
dura, forte, [suja e sem sorte]
que, só de eu a pensar, me dá paúra? 6

Não me recordo ao certo como achei-me no buraco recém-inaugurecido, reburaquisado, requalificado de buraco novo, neoburaco, new boorako, buraco requentado, maquiado, buraco quasedesburaquisado, quase-quase-não-buraco.
Buraco esquisito este!
(Mas ainda buraco).

E lá no buraco negro, no buraco fundo, no fundo do buraco, ou nem tanto, na beira, à beira do buraco enxerguei perto algo que se movia, parecendo uma touceira silenciosa.
Era noite.
Ao ver aquele vulto no deserto, “Piedade!”, gritei, “ouve os meus ais, sejas tu uma sombra ou homem certo!”
“Homem fui”, respondeu-me, “não sou mais”; moravam no Jurunas meus progenitores 7, à beira do Guamá cresci.

Então, és tu Bento Bruno, o poeta negro, o poeta da negritude, o poeta da caboclidade, aquela fonte que expande de eloqüência um largo rio?” — perguntei-lhe, baixando humilde a fronte.
Embatucados, ficamos ele e eu com o que víamos e com ver-nos ali, à beira-buraco plantados 8, perguntei-lhe se não podia mostrar-me de Belém as entranhas para que como aqueles que nas vísceras vêem o que virá, víssemos o que para Belém viria.

Te guiarei quanto antes pelos fundos desvãos do sítio eterno, através desta fratura [fenda-greta-rachadura] na semântica da cidade.
A princípio te mostrarei o que o buraco era antes de buraco ser, para veres como outrora fora o lugar buraquisado:
E falou:

Agora
vamos entrar na sala do Mundo Verde.
Faz de conta que chegamos
à Cidade do Sol e da Chuva,
cercada de águas crioulas e corredeiras,
coberta de árvores gordas de sombra espessa. 9

Ao longe ouviu-se uma voz, era o filho do velho Pedro, Pedro também, contando a volta do pai em sua diária e mesmária 10 passagem pela Palmeira pré-buraquecida.

Mas logo um cheiro de paz
vem dos fornos da Palmeira.
A morte tuteia o prédio
que vai ser assassinado.
Mas não agora.
Mas não enquanto viver
o velho Pedro. Não. Nunca.
Vasta, sólida e tão frágil
a Palmeira ainda está viva
e faz pão pra nossa mesa. 11

Depois, o poeta conduziu-me pela terminal cloaca, seguimos pelas sinuosas vísceras de Belém, dali, de dentro e de baixo, víamos o que há muito víamos, mas agora víamos de dentro e debaixo e isso era absoluto.

Imerso no furor de um barulho amazônico,
No inferno, eu, surdo como um cérebro infantil,
Deslizava, enquanto os passantes em pânico.
Viam turbilhonar marés de ocre e anil. 12

Estávamos na primeira alça intestinal, que corresponde ao primeiro círculo infernal da comédia dantesca.
Dali, eu vi, as construções, as barraquinhas dos camelôs — as construídas de madeira cobertas de papelão ou lona preta de casa de invasão e as “padronizadas”, do secreotário, cobertas de lona azul.
Vi, vimos, os carinhos-de-mão cheios de coco; os carrões de madeira cheios de frutas; os carros de rolimã usados para transportar a mercadoria dos depósitos até as barracas;
Vi as barracas de vender comida revestidas de folha de alumínio, os botijões de gás, as churrasqueiras de janse de roda de carro, os fogareiros, os sacos de carvão, as lonas estiradas por sobre as barraquinhas de comida, as lonas cobrindo quase toda a rua e as cadeiras em volta das barracas.
Vi as televisões e os aparelhos de DVD para exibir os filmes que se vendem e os aparelhos de som para tocar os cd’s.
Vi os gatos de luz, os gatos de água, a água pingando pelas calçadas e escorrendo pelas valas levando os restos de arroz e vatapá e a gosma-goma de tacacá.
Vi —vimos— os isopores imundos usados para guardar refrigerante, água, cerveja ou coco gelados.
Vimos as bancas de jogo do bicho.


Depois, descendo ao segundo círculo, eu vi o sol baixar, sujo de horrores místicos, iluminando os longos túmulos glaciais. Como atrizes senis em palcos cabalísticos, ondas rolando ao longe os frêmitos de umbrais!

Vimos, as coisas, o que se mercadeja nas ruas da cidade do Pará. Apareciam organizadas em planilhas eletrônicas que eram constantemente atualizadas e acrescidas de novos itens.




No terceiro círculo/alça:

Vi fermentarem pântanos imensos, ansas
Onde apodrecem Leviatãs distantes!
O desmoronamento da água nas bonanças
E abismos a se abrir no caos, cataratantes!

Eu vi, as pessoas, os marreteiros e ambulantes, seus parentes e ajudantes.
Vi transeuntes, vi compradores, vi mendigos e pedintes, eu vi um ex-integrante da juventude comunista bebendo cachaça de granada e que também mendigava.
Vi meninos malabaristas, sorrindo enquanto esmolavam.

Eu vi os donos das mercadorias.
Vi os donos dos depósitos e das lojas.
Vi contrabandistas e atravessadores, muambeiros e intermediários.
Vi os seguranças: os seguranças dos depósitos, dos donos das mercadorias, dos contrabandistas, dos atravessadores.
Vi seguranças ameaçando camelôs.
Vi os donos dos depósitos cobrando aluguel dos donos das mercadorias.
Vi barnabés com coletes afogueados.
Vi o chefe dos barnabés e os chefes de seu chefe.
Eu vi o chefe da suprema chefatura nos jardins da alcaidaria.
Vi ambulantes fazendo manifestações.
Vi serventuários da alcaidaria que diziam: Para negociar é preciso criar uma associação.
Vi os camelôs criando uma associação e elegendo, com a ajuda dos barnabés, um presidente cujo ideário era o mesmo do chefe dos funcionários.
Vi o presidente dos ambulantes assentando novos vendedores, esses todos seus amigos.
Vi o fiscal da exatoria ameaçando camelô que não lesse por sua cartilha.
Vi o fiscal da exatoria cobrando propina para deixar o novo marreteiro ficar.
Vi o representante dos ambulantes subornando o funcionário da exatoria da intendência.
Vi o presidente dos ambulantes e o funcionário da intendência bebendo com o laranja do dono das mercadorias, em seu escritório camuflado; acertavam novos assentamentos.
Vi o dono das mercadorias jantando com graúdos xerifes da alcaidaria que, com lágrimas nos olhos, 13 aceitavam doações para a Escola Mico.
Vi o dono das mercadorias ligando pra São Paulo, dizendo para seus fornecedores: Está tudo bem.
Vi o dono das mercadorias ligando pra Foz do Iguaçu e dizendo para seus fornecedores: Está tudo bem; melhor não pode ser. 14
Vi os fornecedores de São Paulo perguntando: Quantos containeres a mais?
Vi os fornecedores de Foz do Iguaçu perguntando: Quantos containeres a mais?
Vi os fornecedores de São Paulo e Foz do Iguaçu ligando para todo mundo e dizendo: Everything is going really well.
Vi os exportadores chineses, malaios, japoneses perguntado: Quantos containeres a mais?


Na quarta alça viária:

Conheço os céus crivados de clarões, as trombas,
Ressacas e marés: conheço o entardecer,
A Aurora em explosão como um bando de pombas,
E algumas vezes vi o que o homem sempre quis ver!

Eu vi como o dinheiro circula dentro da rede veloz. 15

Vi que o pouco $ que saia da mão dos que compravam, por pouco tempo ficava na mão do vendedor.
Vimos que na mão do vendedor, uma parte virava o mole do pessoal da a$$ociação, outra o jabá do fi$cal da exatoria, outra $$ ia para o dono do depó$ito, a maior parte $$$$$ para o bagulheiro, o senhor da mercancia, dono da$ mercadoria$$.
Vi, vimos, que nas mãos do dono da$ mercadoria$$$ chegava muito desse pouco que sobrava na mão do camelô. Mas como eram muitos os que davam pouco, acabava muito $$$$$$$ nas mãos do que pouco recebia de muitos. O senhor da mercancia pegava o seu $$$$$, pagava funcionários bem graduados da alcaidaria $$$ e mandava grande parte $$$$$$ para São Paulo e para o Paraguai $$$$$.
Vi, que lá se pagavam os fabricantes daqui $$$$$$$ e os do resto do mundo $$$$$$$ $$$$$$$. Que pagavam os banco$$$$$$$$$$$$$$, que ficavam com a maior parte $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$, a parte do leão.
Vi como o capital imobilizado em mercadoria na mão do marreteiro se transformava em capital novamente, se movimentando e voltando para a mão do dono
Vimos o dinheiro real virando virtual. Capital financeiro flúido fluindo fugindo seguindo pela onda luminosa da Internet 16. Chegando no paraíso, na bolsa de Xangai, de Rongue Congue, entrando no Dow Jones.
O capital volátil,
O capital paralelo,
Do governo paralelo
Dos reais senhores do mundo.
Vi o alto comando da rede capilar que tudo suga deixando só a putrificação 17, o bagaço, o buraco de rato.
Vi como eles têm fome de cidades e como se satisfazem comendo ruas, comendo avenidas, bebendo praças, roendo as calcadas, comendo as esquinas....

Suor + sujeira + desumanização da cidade + exploração da mão de obra = mais valia, lucro, rendimento, spread.
Vi como são bobos os demagogos que pousando de herói, ajudam a roubar o sangue ralo da cidade em agonia enquanto o camelô segue comendo sua comida fria e suja.

No quinto [círculo] dos infernos,
Vi, vimos, que não tinha salvação para a cidade dominada pelo anão.
Foi então que resolvemos ofendê-la
Como não encontrássemos entre os palavrões um que fosse adequado para ofender nossa cidade, procuramos no Rio de Raivas e nos Anões do Haroldo Maranhão, nas maldições do Sermão da Epifania do Padre Vieira, nas admoestações de Felipe Patroni, na carta do Hélio Gueiros pro Lúcio Flávio, e não encontramos nenhum que satisfizesse.
Queríamos uma xingação tão definitiva como o pecado original capaz de marcá-la para sempre como uma mutação genética, um câncer hereditário que se transmitisse de geração em geração.
O anti-verbo que desfizesse aquilo que no princípio fizera o verbo
Uma despalavra, desorganizadora, devastadora, escrachada, caótica, caosipara [mãe do caos].
Pensamos em criar uma palavra como aquela que JaJo criara para descrever a queda do homem.

Bababadalgharaghtakamminarronnkonnbronntonnerronntuonnthunntrovarrhounawnskawntoohoohoordenenthurnuk 18

Criamos assim, esse palavrão:

anelapertantedicetrargolapolônioboscópioolhosimsenhôóorifícioritimbamucumbucapitoásdecopasopradoroscofiofófinfafiosquebrioco buraco zero do mUUUUndo.

Foi quando percebemos que a ofenderíamos melhor se em vez de xingá-la de baixo — o que vem de baixo não ofende — o fizéssemos de cima.

O poeta conduziu-me ao pináculo do templo 19 de Santana.

Ao contemplá-la, do alto, eu disse lembrando JaJo:

Dear dirty Dublin.

E o poeta, rindo, traduziu:

Bela bosta Belém.

E falou:

Conversa comigo "Formosa Belém" das vaidades que se foram...
Recorda os teus jardins, as tuas praças, a tua alegria irrefletida,
...


Eu e tu fomos burlados no entusiasmo da nossa esperança.
...


Foste a cidade imprevidente que adquiriste personalidade socialista.


Dormiste sob a fama dos teus jardins florentes, das tuas mangueiras frondejantes e hospitaleiras, dos teus prédios hermafroditas, das tuas ruas de antigamente...


A culpa é tua, cidade que apertas a mão a todo o mundo,
porque não viste que os teus amigos eram os poetas e os românticos...
...


Na loucura do Carnaval perdias o sexo e não tinhas dono...
Bebias as cousas caras que não sabias o que eram.
Vinha gente de todos os mares sentir o quanto amavas o ignorado...


O teu próprio poeta ficou como um pária coberto de estrelas!
Eu e os outros... Aqueles que te amaram porque eras de todos nós!
...


É que foste imprevidente, cidade das cousas elementares.
E hoje, quando os aviões cortam teus céus.
como peixes num aquário,
quando queres oferecer o teu encanto aos turistas belicosos,
ficas indecisa com pavor da solidão... 20

E continuamos a ofendê-la:

FILHA DE GRANDISSÍSSIMA
a - abre-abre, andorinha, ave
b - bagaxa, bagageira, balalaica, barca, BBC, bisca, biscaia, biscate, bregueira, broa
c - caçarola, carcaia, caridosa, catiroba, catraia, chandoca, chobrega, chuteira, cocote,       cortesã, cotruvia, cróia, crota, cuia
d - dadeira, dama, decaída, doidivana
e - escrachada, égua estradeira, ervoeira
f - fadista, fardeira, findinga, frincha, fuampa, fubana, fuleira, fúnfia, fusa
g - gabirua, galdéria, galinácea, galinha, ganapa, gansa, geobra, gorete
h - hetaira, horizontal
i - iaca, ibiboca, ibijara
j - jereba, jerianta, jupira, juruveva,
k - katileia
l - léia, libélula
m - madalena, madama, maquininha, marafaia, marafona, maria-do-cais, mariposa, marmita, messalina, michela, militriz, minólia, minota, mosca, mulher da rótula, mundana
n - notívaga
n - orinéia, ostra
p - pataqueira, pécora, penga, perdida, perua, piguancha, pinica, piniqueira, piroqueira, pistoleira, polaca, prejereba, prima, puriba
q - quenga, querrenca
r - rabaceira, rameira, rampeira, rampideira, rapariga, rascoa, ratuína, reboque, respeitosa, rongó, run-run-run
s - surrubango, sutanha
t - taioba, tamanqueira, torta, transviada, traviata, trepadeira, tronga
u - uru, urubua, uruboa
v - vadia, vaqueta, vasculho, vigara, vigarista, vulgífara
w - warfarina, warranta, w.c
x - xandra, xerete
y - yá, yolete
z - zabaneira, zoina, zunga

ESTÁS IRREMEDIAVELMENTE afogada, açougada, amassada, amolada, assinada, balançada, beliscada, bicada, bimbada, bombada, borrocada, cargueijada, carimbada, chinchada, chinelada, chunchada, coisada, comida, cravada, currada, curtida, ferrada, varada, trumbicada, dada, derrubada, descarregada, desfolhada, emburacada, encaçapada, encangada, encestada, enforcada, engarrafada, entregada, esfolada, executada, faturada, ferrada, fufuqueada, furifada, furunfada, morta, moída, montada, nicada, papada, passada, perobada, piçada, pimbada, pingolada, pirocada, piticada, quebrada, rosetada, saravada, sassarimbada, traçada, transaciona, trepada, trombicada, trompada, trunfada, truqueada, xinxada, zongada.


E ainda assim, achamos que era pouco para ofender esta cidadezinha ratuína.


OBS: Nos ajude a xingar. Mande o seu palavrão para acrescentaremos ao nosso obecenedário. Use e abuse do recurso do anonimato.





quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Palacete Pinho é só a casca, um ano depois de inaugurado

Há um ano, exatamente em 11 de janeiro de 2011 o blog profetizou:

Duciomar inaugurará só a casca do Palacete Pinho

O texto da postagem:
A coisa que esta destruindo Belém vai inaugurar, debaixo de vara, só a casca externa do Palacete Pinho.
Para recordar, o Palacete começou a ser restaurado pela administração Edimilson Rodrigues, que deixou quase no ponto de ser inaugurado e com os recursos assegurados, quando a coisa assumiu as obras foram paralisadas e só foram retomadas depois que o prefeito foi obrigado, pela justiça, a fazê-lo.
A despeito das obras terem sido feitas dentro dos padrões técnicos a prefeitura ainda não sabe o que vai fazer do local, tanto que o prédio vai ser inaugurado sem nenhum recheio.
Aliais, sabe sim, não vai fazer nada e o prédio vai se deteriorar novamente.
Podem anotar, depois da inauguração o prédio vai ficar abandonado.
E concluía:
Tomara que eu esteja errado.
Confira

Para o nosso azar o blog, mais uma vez, acertou.

O SSB (Serviço Secreto do Blog) em missão de alto risco, fotografou o interior do Palacete.
Imagens falam mais do que palavras.

O prédio foi inaugurado sem nenhum recheio.

O prédio está se deteriorando novamente.

Depois da inauguração o prédio ficou abandonado.

A prefeitura ainda não sabe o que vai fazer do local.
Aliás, sabe sim, não vai fazer nada.