Fui visitar a exposição Oswald Goeldi: Poesia Gravada, no Museu da UFPA, como de costume, estava fotografando com o celular quando fui advertido pela monitora que não podia fotografar.
Perguntei de quem era a ordem.
Me disse que tanto da curadoria da exposição como da diretoria do Museu.
Tentando ser didático, mostrava as logomarcas de quem financiava a exposição. Tudo dinheiro público.
Quanto ao Museu, desconheço no regimento da UFPA, alguma norma que proíba fotografar seu patrimônio.
Disse para a monitora que iria continuar fotografando pacificamente, que iria colocar no meu blog e que iria incentivar as pessoas a desobedecerem essa mania idiota que agora esta se estabelecendo em Belém.
Perguntei de quem era a ordem.
Me disse que tanto da curadoria da exposição como da diretoria do Museu.
Tentando ser didático, mostrava as logomarcas de quem financiava a exposição. Tudo dinheiro público.
Quanto ao Museu, desconheço no regimento da UFPA, alguma norma que proíba fotografar seu patrimônio.
Disse para a monitora que iria continuar fotografando pacificamente, que iria colocar no meu blog e que iria incentivar as pessoas a desobedecerem essa mania idiota que agora esta se estabelecendo em Belém.
É proibido fotografar na Igreja de Santo Alexandre, na Catedral, e agora, pelo que soube, no Museu da UFPA.
E sai fotografando a exposição e o Museu...
Duas coisas tem que ser combatidas:
Primeiro essa tentativa do Capital de se apropriar, tornar privado os bens da cultura humana sob o nome de direito autoral, de propriedade intelectual, direito de imagem.
A cultura é um processo histórico ininterrupto produzido coletivamente.
É um bem comum da humanidade. Se deve remunerar os seus produtores da mesma forma como se remunera ou autores de outras atividades humanas.
Essa história de ter que se pagar cada vez que exibir, reproduzir, expor, cantar, é dar um privilégio que nenhuma outra forma de produção humana dispõe. Exceto quando se trata de fins lucrativos, é claro.
Nem brinque de falar isso perto de um "artista" será apedrejado.
Vamos falar claramente, me dêem um exemplo de um "artista livre" totalmente produzido e sustentado pelo mercado, um "artista liberal".
Artistas e produtores culturais vivem pendurados nas tetas do estado, mamando subvenções, vejam o caso recente do Blog de Bethânia.
A exposição de Goeldi, um neto de Emílio Goeldi, o fundador do nosso Museu Paraense, foi totalmente sustentada com recursos públicos diretos: Governo Federal através do Ministério da Cultura e Universidade Federal do Pará e indiretos, renúncia fiscal, através da Lei de Incentivo à Cultura da qual se beneficiou a Vale que aparece como: patrocinadora.
Primeiro essa tentativa do Capital de se apropriar, tornar privado os bens da cultura humana sob o nome de direito autoral, de propriedade intelectual, direito de imagem.
A cultura é um processo histórico ininterrupto produzido coletivamente.
É um bem comum da humanidade. Se deve remunerar os seus produtores da mesma forma como se remunera ou autores de outras atividades humanas.
Essa história de ter que se pagar cada vez que exibir, reproduzir, expor, cantar, é dar um privilégio que nenhuma outra forma de produção humana dispõe. Exceto quando se trata de fins lucrativos, é claro.
Nem brinque de falar isso perto de um "artista" será apedrejado.
Vamos falar claramente, me dêem um exemplo de um "artista livre" totalmente produzido e sustentado pelo mercado, um "artista liberal".
Artistas e produtores culturais vivem pendurados nas tetas do estado, mamando subvenções, vejam o caso recente do Blog de Bethânia.
A exposição de Goeldi, um neto de Emílio Goeldi, o fundador do nosso Museu Paraense, foi totalmente sustentada com recursos públicos diretos: Governo Federal através do Ministério da Cultura e Universidade Federal do Pará e indiretos, renúncia fiscal, através da Lei de Incentivo à Cultura da qual se beneficiou a Vale que aparece como: patrocinadora.
Como vêem, não há um centavinho de recurso privado. Pretendem ser financiados ilimitadamente com recursos públicos, mas querem limitar os direitos de fruir o que ali está exposto, só se pode ver lá, não posso fotografar, registrar no chip do celular/câmera, neste complemento eletrônico indispensável para o complexo ente pós-humano que formanos, para o qual o velho hardware biológico já não é suficiente para armazenar e gerir tanta informação. Hoje o ato de fotografar e depois blogar, tuitar ou feicebucar, faz parte de nosso processo cognitivo, ou pelo menos de memorização. Só ver não basta, a câmera do celular, quase já universalizada, é extensão do olho e da memória, registra, armazena, e distribui.
Se o evento cultural é para ser visto, nenhuma mídia disseminará mais do que as fotos divulgadas e comentadas pelos visitantes nas redes sociais. Porém se pouco importa quantos visitem ou não, pois o que importa é que o evento já pagou, donos de acervos, fundações, produtores, curadores, captadores, lobbystas. Se já produziu relatórios e clippings, então cultuar o mito do direito autoral, da arte como mistério, como coisa distante intocável, elitista, inatingível, tem tudo a ver.
E se o visitante for um professor de uma escola da periferia ou do interior e não poder trazer meus alunos, mas dispõe de um computador na escola. Se pudesse fotografar, poderia compartilhar com seus alunos?
Paro aqui, pois tudo conspira contra a estupidez desta proibição.
O Ministério da Cultura não deveria destinar verba pública para caixas pretas, para projetos que não sejam auto-replicantes.
Se o evento cultural é para ser visto, nenhuma mídia disseminará mais do que as fotos divulgadas e comentadas pelos visitantes nas redes sociais. Porém se pouco importa quantos visitem ou não, pois o que importa é que o evento já pagou, donos de acervos, fundações, produtores, curadores, captadores, lobbystas. Se já produziu relatórios e clippings, então cultuar o mito do direito autoral, da arte como mistério, como coisa distante intocável, elitista, inatingível, tem tudo a ver.
E se o visitante for um professor de uma escola da periferia ou do interior e não poder trazer meus alunos, mas dispõe de um computador na escola. Se pudesse fotografar, poderia compartilhar com seus alunos?
Paro aqui, pois tudo conspira contra a estupidez desta proibição.
O Ministério da Cultura não deveria destinar verba pública para caixas pretas, para projetos que não sejam auto-replicantes.
O outro, é o delírio de grandeza provinciano de proibir fotografar o interior das nossas igrejas ou dos nossos museus.
ESTAMOS DE ACORDO: FLASH É PROIBIDO
Se fotografar a Monalisa, no Louvre, pode.
Se os tesouros do Museu do Vaticano, pode.
Se a Basílica de São Pedro, também, pode.
O que será que tem assim tão especial, ou tão sutil, na nossa Catedral, em Santo Alexandre, no Museu de Arte Sacra e no Museu da UFPA, que não pode ser fotografado?
Que tesouro escondido, que uma vez descoberto, renderá tanto direito autoral que salvará as finanças da SECULT, UFPA e da Arquidiocese?
Será que só os nossos curadores tupinambás tem esta agudíssima percepção estratégica, para a qual não despertou a História da Arte Universal?
Que tesouro escondido, que uma vez descoberto, renderá tanto direito autoral que salvará as finanças da SECULT, UFPA e da Arquidiocese?
Será que só os nossos curadores tupinambás tem esta agudíssima percepção estratégica, para a qual não despertou a História da Arte Universal?
Se eu fosse mais novo, e ele também, iria convidar o Paulo Chaves para em uma ação Situacionista invadir/ocupar/fotografar todos estes edifícios públicos (Museu da UFPA e Complexo Sto Alexandre), ou financiados com recursos públicos (Catedral), e publicar na WEB as fotos para que mais contribuintes, que sustentam estas iniciativas, possam a elas ter acesso.
Ocupar fotografar: A Catedral
A igreja de Santo Alexandre
O Museu da UFPA
A igreja de Santo Alexandre
O Museu da UFPA
P.S.: Estou enviando email com o link deste post para a minha profa. Carmen Cal, atual diretora do Sistema Integrado de Museus, SIM.
Para o Pe. Gonçalo, Cura da Sé.
Para a Jussara, diretora do Museu da UFPA e para o Reitor Carlos Maneschy, que, tenho certeza, não esta informado desta interdição.
Para o Pe. Gonçalo, Cura da Sé.
Para a Jussara, diretora do Museu da UFPA e para o Reitor Carlos Maneschy, que, tenho certeza, não esta informado desta interdição.
Não sei se é verdade, mas sempre falam que o flash pode danificar (não me pergunte como) a obra, ou que é uma medida de segurança (pra evitar roubos etc.).
ResponderExcluirConcordo inteiramente com vc , e algo retrô que não acabou.Armando Chermont
ResponderExcluirahahahahahah, adorei! :D
ResponderExcluirSe o recurso é público, e o patrimônio está sendo tratado por seus "responsáveis" tecnicamente como requer sua natureza - para que se garanta sua conservação e por conseguinte prolongue sua exposição (caso do flash???), o direito à contemplação TEM QUE SER de todos!
...e viva os que têm que coragem de transgredir a idiotice em prol da inteligência inerente à igualdade!!!
Valeu professor!
Flávio você está certíssimo, não existe qualquer explicação que justifique a proibição de fotografar, desde que sem flash (questão de conservação ok). Os responsáveis pelos espaços colocam ou a própria segurança terceirizada, em claro desvio de função, ou um "mediador cultural" que passa dias a fio no espaço tendo que repetir essa ladainha que nem ele sabe o porque, criando um clima desagradável para o visitante interpelado.
ResponderExcluirO homi tá brabu! E é isso mesmo, Nassar! Fotografei e filmei fartamente no Louvre (e alguns outros museus pela europa) e não fui incomodado por isso. Antes de tomar uma decisão antipática como essa, a cabecinha estreita que pariu esse absurdo, podia estar se preocupando em como criar novos públicos para frequentar esses espaços.
ResponderExcluirSe tem procedência ou não, não sei. Mas não gosto dessa proibição de "Não fotografar" imposta aos visitantes de museus, galerias e igrejas aqui no Brasil. Estive em Santiago (no Chile) e lá não existe essa proibição. Recentemente, o Museu Casada Hera, em Vassouras/RJ e fiquei muito frustrado quando me proibiram de fotografar. Queria mostrar aos meus amigos toda aquela belezura. Mas lá, também não se pode fotografar. Fiquei chateado!
ResponderExcluirO mais triste de tudo é que as pessoas ditas "esclarecidas" parecem mais "esclerosadas"... Porque debatem essas questões mas quando estão sentadas no poder simplesmente esquecem...
ResponderExcluirOutro dia fui fotografar o por do sol (veja bem, o por do sol!!!) e levei o tripé pra estação das docas...
Fui abordado pelo guardinha que disse que eu não poderia fotografar o sol DE DENTRO DA ESTAÇÃO, se quisesse, que fizesse fora de lá!!! Só porque eu usava o tripé!!!
Fui ao "responsável" que me disse que aquele lugar não era público!!! Porque era gerido por uma entidade privada!!!!
Durma com esta!!!
Nunca entendi essa proibição e já fui barrada até de fotografar um trabalho meu numa exposição no MHEP, acreditem. Acho que o assunto merece ser revisto e salvo algumas exceções cujo autor/ou seguradora impôe a condição de proibir câmeras, as demais são pura arbitrariedade. O engraçado é que nos maiores museus e monumentos do mundo todo mundo pode fotografar. Aqui em Poa apenas uma instituição proíbe fotografar(porque se trata de um banco, mas isso tb n convence), embora em algumas exposições eles permitem. Vai entender...
ResponderExcluirBom, eu tendo a chance fotografo 'mermo' #prontofalei!
Flavio, concordo c vc no aspecto cultural e td o mais, claro, mas fui proibido de fotografar a Capela Sistina, a igreja de San Pietro, o Teatro Colon de Buenos Aires, a Notre Dame de Paris. O problema era o FLASH ! Quem tem mais competência pra falar sobre isso ? Vou procurar saber !
ResponderExcluir"Como que não pode tirar foto de dentro do Museu, Nelma?
ResponderExcluirSalvo por questões de flash, que pode danificar alguma obra, essas afirmações não fazem o menor sentido pois o MUFPA é público, mantido com dinheiro do contribuinte.
Há algum equívoco aí, pode ter certeza.
Mas...
Feliz Ano Novo pra você também.
-------Mensagem original-------
De: Nelma Renata
Data: 27/12/2011 01:50:22
Para: Haroldo Baleixe
Assunto: Re: Subsídios à recomposição virtual da Chácara Bem-Bom
Como não pode tirar fotos de dentro do museu, me permitiram tirar essas fotos mas não posso postar no blog. Envio pro senhor...talvez haja necessidade de entender alguns desenhos meus no blog da disciplina representação.
Feliz ano novo professor!"
___________________________________________
Flávio:
Eis uma troca de e-mail com uma aluna que participou de uma oficina de aquarela oferecida pelo MUSEU DA UFPA aos alunos da FAU.
Não conversei com a Jussara sobre o assunto, mas quero crer que seja um equívoco dos monitores, já que estou habituado a fotografar obras por lá e geralmente com a ajuda do Patrick que é quem entende do riscado.
Se essa exigência partiu dos "donos" da mostra; que seja desrespeitada, ou que a UFPA encaixote as obras e as devolva imediatamente com os dizeres "ISTO NÃO NOS SERVE!" e torne pública essa atitude.
A Universidade Federal do Pará, através do seu Museu, tem que dar exemplo ao Estado e ao Município que cultura não se põe a ferros no tronco do senhoril.
ADOREI Haroldo! Assino embaixo!
ResponderExcluirCredo, parece ordem da ministra da Cultura! ...que, como se sabe, repudia todo o avanço no debate sobre direitos autorais que está acontecendo. Muito bom o post. Plenamente de acordo com sua percepção.
ResponderExcluirBom vc falou tudo qd disse: "é o delírio de grandeza provinciano.."
ResponderExcluirBelémense e campeão nesse quisito
Bom, vc disse tudo qd disse: " é o delírio de grandeza provinciano".
ResponderExcluirBelemenses sao campeoes nesse quesito.
Eu acho que não existe provincianismo maior do que ficar comparando as medidas tomadas pelo museu da Ufpa aos museus europeus. Argumentando ah, isso e aquilo não acontece lá, então não deve acontecer aqui, como se estivéssemos sempre que está nos guinado pelos padrões europeus em tudo.Complexo de Inferioridade isso sim. Gente não estamos na Europa!E também acho de muita arrogância um professor que se sente contrariado, por não poder fotografar a obra, começar um movimento que covardemente atingirá somente os mediadores, que estão obedecendo as regras logicamente estabelecias pela direção. ´Parabéns pela iniciativa revolucionaria, e pela sua "DIDÁTICA" em mostrar as logomarcas de quem financiava a exposição, "tudo dinheiro público" você ta certinho. Pelo jeito você esteve em todas que as reuniões que organizaram um mês antes a exposição! A informação é fundamental professor!
ResponderExcluirAcho muito estranho que se trate do Pró-Reitor de assuntos Internacionais da UFPA a reclamar de um procedimento adotado pelo Museu da UFPA. Cumprindo suas atividades e mesmo antes disso, já que se trata de pessoa de grande cultura e de recursos, sabe-se que ele é muito viajado e deve ser conhecedor dos motivos que impedem os visitantes de fotografarem nos museus do mundo inteiro. Por que o da UFPA, em Belém do Pará, fim do mundo, pelo visto, seria diferente?
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