domingo, 3 de junho de 2012

ArQuive-se: EU disse o que EU disse

Para colocar nos devidos termos a discussão sobre as postagens que fiz sobre os problemas do Arquivo Público do Pará é preciso lembrar que:
1- Foi a partir da publicação do alerta-desabafo da Ethel neste blog, em 18 de maio, um blog de audiência média, que o assunto ganhou visibilidade, pois repercutiu em outros de grande audiência. Basta dar uma olhada nas linhas do tempo das redes sociais e nestes blogs que se referenciaram ao meu.

2- Tenho pela Ethel Valentina grande respeito e consideração profissional. Conheço o seu trabalho, sua formação na Biblioteca do Mindlin, onde trabalhou diretamente com Dona Guita. Em recente visita àquela Biblioteca falei na Ethel, que foi lembrada e elogiada pelos seus antigos colegas de trabalho. Contratei através do Fórum Landi os seus serviços para restaurar um livro raro de Landi o trabalho foi primoroso - teve até quem tentou surfar na onda da Ethel. Quando posso a recomendo. A menos de um mês pedi sua avaliação sobre o estado de livros da Biblioteca Raimundo Jinkings.

3- Depois que publiquei a nota, pessoa de meu círculo de amizade lembrou-me que a via-crucis do Arquivo vem de longas datas, fez-me ver problemas estruturais bem mais graves e advertiu-me que o curto circuito que motivou a manifestação, fora de pequena INTENSIDADE e que não tivera potencial para provocar a tragédia que se abaterá sobre o Arquivo Público do Pará, se as providências há muito necessárias não forem tomadas.

4- Depois da publicação da nota no meu blog comecei a assistir com satisfação a salutar mobilização e o debate sobre o futuro do Apep.
Foi quando elementos do Partido do Trabalhadores começaram a buscar minutos de fama valendo-se da triste sina dos velhos papeis que documentam nossa história.

5- Já manifestei aqui o que penso sobre o papel dos partidos políticos no atual monento da História da Democracia Ocidental na postagem: Democracia representativa e desenvolvimento tecnológico. Ou nestas outras: Democracia representativa, quem ainda dorme com ela? e Virou o mundo: viramundo.
Eles são coisa do passado, atrapalham mais que ajudam. Servem aos interesses das oligarquias, econômicas ou sindicais.
Estão apodrecendo junto com o conceito de DEMOCRACIA REPRESENTATIVA que os justificou.

O POVO UNIDO NÃO PRECISA DE PARTIDO.

Eles representaram a organização "democrática" possível no estágio de desenvolvimento dos meios de transporte e comunicação da segunda metade do século 18 quando foram ideados.
Hoje o avanço da democracia exige que eles desapareçam ou se reinventem. Hoje os meios de comunicação permite que de "representativa" a Democracia possa ser cada vez mais direta.
Se será agora ou mais tarde, não dá para fazer especulações, mas condições tecnológicas para tal já existem.
Eu acredito nisso. Por isso trabalho no espaço CIBERAL. Por isso não sou mais filhiado a nenhum partido.
Se tem gente que apesar das evidências ainda acredita em Papai Noel, paciência!

6- Achei um exemplo de oportunismo o discurso na Câmara Federal do Deputada Zé Geraldo (PT), que tem tanto amor pelo Pará que queria dividí-lo. Fui a sua página no sítio do Congresso e não vi um só projeto de apoio à preservação da memória, nenhuma emenda orçamentária em prol do nosso Arquivo Público. Confira aqui.

7- Resolvi 9 dias depois, publicar em 27 de maio, o Rever o fogo, onde não destratei ninguém, não neguei a gravidade do problema apenas, dispondo de outras informações técnicas sobre o "curto-circuito" considerei que houve EXAGERO na nota. Mais ainda, resaltei que as ameaças de incêndio no Arquivo independem de sua segurança interna pois está localizado em área de risco: o bairro do Comercio.
E concluí: Este patrimônio só estará fora de risco se for transferido para um edifício novo, dotado da melhor tecnologia de segurança.
...
Então vamos apoiar a construção de uma nova sede para o Arquivo Público.
...
ISTO É DEVER DE TODOS OS PARAENSES.

Aqui no Comércio o Arquivo estará sempre em má companhia.

Em nem um momento critiquei os organizadores da manifestação, dizer que havia exagero não significa se colocar contra, foi apenas uma ponderação que considerei oportuno fazer. Blog é uma coisa pessoal, é um espaço para a livre manifestação de idéias. Publiquei todas os comentários publicáveis que aqui chegaram, mesmo os que me detratavam, ou falavam coisas que não falei.
CRITIQUEI O APARELHAMENTO QUE ELEMENTOS DO PT TENTARAM FAZER DE UMA MANIFESTAÇÃO POLÍTICA DA CIDADANIA.
Quem achar que é justa, desejável, aceada, produtiva a manifestação destes elementos que só o fazem em busca de minutos de fama, CRIE UM BLOG PARA DEFENDER ESTA POSIÇÃO.

P.S.1: Os papeis velhos já estão devidamente aspeados: "papeis velhos" para resaltar aos que tiveram dificuldade de entender, que se tratava de IRONIA.

P. S.2: Rose, intelectual que muito prezo: Onde arrogância?
Não estás confundindo ironia com arrogância? Ou exigindo que siga a cartilha do politicamente correto? Aí é impossivel, não faz meu gênero.

P.S.3: Este blog é do Flávio Nassar, não do Forum Landi.

3 comentários:

  1. Existem sete letras bem entendíveis aos ignorantes, intelectualóides oportunistas de momento: FODAM-SE.

    Sem ironias.
    DON DITO - Facebook

    ResponderExcluir
  2. Indo diretamente à questão, Flávio: acho que, na postagem anterior, a arrogância assumiu o lugar da ironia quando, na tentativa de criticar a militância petista que decidiu ir ao evento, o que reforçou sua tese sobre o fim dos partidos políticos, você acabou desqualificando a iniciativa dos organizadores do ato ao classificar de ridícula a manifestação. Se não foi a sua intenção, foi o que pareceu. Mesmo a remissão aos papéis velhos, da forma como foi feita, quase não convenceria um leitor atento sobre o propósito de valorizá-los, a não ser pela boa vontade deste leitor – foi esta a minha tentativa pelo menos. Mas se tudo se resumisse a uma questão de interpretação, ficaríamos no âmbito da subjetividade: cada um com a sua. Porém, ao tecer sua argumentação, você inevitavelmente fez a defesa do tucanato, e isso teve um peso inelutável na interpretação. Se não foi a intenção, pareceu. Creio, contudo, que toda essa discussão converge para outro ponto irrefutável: o Arquivo Público do Pará precisa ser salvo e também creio que um novo prédio é a melhor solução para ele.

    ResponderExcluir
  3. Rose,

    Tenho dificuldade de entender que estejas comentando a minha postagem.
    Vejamos: "na tentativa de criticar a militância petista que decidiu ir ao evento."

    Nao tentei criticar MILITÂNCIA petista.

    Critiquei: "a participação da dita, ou maldita, classe política emporcalha qualquer movimento social."
    Aí não há tentativa de nada, há crítica direta a elementos da classe política.
    Onde falei de militantes?

    Mais adiante: "você acabou desqualificando a iniciativa dos organizadores do ato ao classificar de ridícula a manifestação."
    Onde desqualificação dos organizadores?
    Onde classifiquei de ridícula a manifestação?
    Aponte o parágrafo onde aparece a palavra "ridícula"?
    EU DISSE O QUE EU DISSE...
    Beijinhos

    Flávio

    ResponderExcluir