Fui ao Centro Histórico acompanhando professores que vieram para a Reunião do Fórum Landi. Pediram para ver as novidades e fui mostrar o Palacete Pinho restaurado. Foi quando presenciei a situação que gravei encenando como se eu fosse um turista na Cidade Velha.
O video mostra, o som não esta claro, que é impossível chegar ao Palacete sem ir pelo leito da rua, já que junto ao poste, um caixa velha cheia de pregos impede a passagem.
O fato ocorreu de sexta pra sábado. Recebi da Dulce Rosa Roque, presidente da Associação Cidade Velha Cidade Viva.
Gente, eu dormia, não ouvi nada, mas hoje não se fala de outra coisa.
Bem que vi, ao fazer a caminhada matutina, um grupo de homens olhando o local, e pedaços de frases a respeito, mas não sabia de que se tratava.
De fronte dos clientes do Sr. Salomão, la pela meia noite, um cara chamado Bujarú, que vende churrasquinho, chegou com seu carrinho e apunhalou um fulano que dizem ser flanelinha, bem do lado do pessoal que estava nas mesas....
O pior de tudo isso é que os clientes do bar continuaram tranquilamente a beber enquanto o corpo estava ali....
Não faço outros comentários.
Dulce Rosa
A apatia de boa parte do nosso povo é que leva a termos tão maus governantes. Essa letargia que leva ao total desinteresse faz parte da cultura da sonolência cabocla, e precisa ser combatida.
Esta foto daquele dia, mostrava garis limpando as valas, capinando o mato na rua recém asfaltada.
Esta outra tirada agora, dia 16 de março, mostra que o sujo que foi recolhido da Dr. Assis foi deixado nas transversais e continua lá até hoje.
Quem achar que é montagem, este monturo fica na Dr. Assis com Capitão Pedro Albuquerque.
Atendendo a inúmeros pedidos, quase todos de uma só pessoa, no caso a Miss Adelaide Pratinha, vou me manifestar sobre o assunto, esta semana está de matar!
Alguns princípios e um pouco de memória:
A cidade é de todos, assim como o céu, o mar, o ar, logo se ficarmos nestas generalidades estratosféricas podemos cometer injustiças a alguns destes todos.
O que quero dizer é que a cidade é de todos, mas são os moradores do bairro que sofrem as consequências quando o Carnaval passa e deixa um rastro de sujeira e mau cheiro.
Veja o vídeo que fiz ano passado.
Acho que o que acontece na Cidade Velha deve ter uma dimensão que não agrida o seu já precário sistema de convivência, não acho compatíveis as que atraem grande número de pessoas, veículos, vendedores ambulantes que longe de preservar, de requalificar, podem estar contribuindo para desvalorizar mais o bairro.
Tradições não se criam de uma ano para outro, tradições existem. Os exemplos de São Luís, Salvador, Recife, não se aplicam. O antigo Carnaval de Belém nunca teve palco na Cidade Velha, ele acontecia na Praça da República, com Batalhas de Confete na Pedreira, Telégrafo, São Brás, depois foi mudado sem choro nem vela para Doca, de lá para a Aldeia Cabana. Isso tudo levou um Carnaval, que chegou a estar entre os melhores do Brasil, a ir perdendo o vigor até que as divergências entre PSDB e PT levaram parte dele para Ananindeua.
No auge dessa crise, Belém ficava tão calma e silenciosa que cheguei a pensar, já que estamos fora do circuito do Carnaval-business que prosperou no Nordeste, poderimos atrair para cá, gente que não gostasse de Carnaval, para outras atividades tipo festival de cinema, de música erudita, etc.
Enquanto isso movimentos de resistência cultural tentavam reviver o Carnaval de Belém, agora nas ruas e praças na Cidade Velha. Com o passar dos anos essa manifestação vem tomando uma dimensão que tem sido objeto de reclamação por parte dos moradores do bairro.
Este crescimento atrai interesse comercial de pequenos e grandes comerciantes de cerveja e o líquido das latinhas vai parar na frente da casa dos moradores que, com justa razão reclamam e o poder público não cumpre suas responsabilidades na higiene e na segurança pública.
Domingo passado as coisas chegaram a um nível tenso o que levou a uma série de movimentações, a meu ver, positivas.
Acho que as medidas que foram tomadas envolvendo Ministério Público, Governo do Estado e Prefeitura podem atenuar os problemas, precisaria ainda convocar à responsabilidade social os fabricantes de cerveja.
Também defendo que a concentração dos blocos seja nas praças Felipe Patroni, Dom Pedro II e do Relógio. Além de diminuir as tensões com os moradores colocaria em cheque os poderes. Já imaginaram quando o prefeito, os deputados os juízes chegarem ao trabalho na segunda-feira e virem aquela imundice.
P.S: Já tem pilantras dizendo que este Carnaval é ecológico ou já está atraindo turistas. Apliquem !!!!
Já temos o Observatório da Cidadania, o Observatório da Pedofilia, agora estamos lançando o Observatório da Buracaria.
Nosso primeiro case é o já famoso buraco da Siqueira Mendes aberto por um caminhão (confira aqui), consertado pela Cosanpa (confira aqui) e pela prefeitura de Belém.
O serviço porco já esta se deteriorando,
o tubo de água já estourou de novo,
o concreto de traço fraco não resistiu à primeira semana de uso.
O motorista do ponto de taxi, de um ponto que fica ao lado do buraco disse que a empresa que trabalha para a PMB trouxe 4 sacos de cimento, usou 1 e levou os outros 3.
Ele está disposto a confirmar o que diz.
Na última sexta a noite, um caminhão trucado afundou na rua Siqueira Mendes, a mais antiga de Belém, danificando a rede de distribuição de água que abastece o bairro.
O tráfego de caminhões pesados e carretas, junto com o excessivo de ônibus, são hoje junto com o descaso dos poderes públicos, os principais inimigos do patrimônio urbano-arquitetônico da Cidade Velha.
A Siqueira Mendes sofre intensamente este massacre pois, estando mais próxima da orla, seu terreno é mais frágil.
Sábado de manhã, registrei que entre o local do acidente e o Largo do Carmo, pelo menos 5 pontos estão vulneráveis a situações semelhantes.
Como diz o caboclo: é só o caminhão acertar em cima deles.
Repetindo o meu mantra: enquanto não houver um plano integrado de requalificação para o bairro não haverá solução e os problemas só se agravarão.
Recebi de uma pessoa que pediu para não ser identificada a foto abaixo com imagens de um foco de mosquito localizado na casa vizinha ao recem inaugurado Palacete Pinho.
A direita e abaixo o terreno do palacete, no canto esquerdo o deposito de água a céu aberto.
Vamos dar um zoom na imagem, para ver os detalhes.
Isso comprova que, sem um plano integrado de recuperação do bairro não haverá valorização imobiliária que lhe garanta a sustentabilidade.
O restauro do Palacete Pinho é sem duvida uma conquista da cidadania belemense que lutou pela sua preservação desde 1986.
Só que a alegria desta vitória ameaça a acabar com a inauguração. Além do risco da prefeitura simplesmente inaugurar para dar a impressão de que cuida do centro histórico, um outro problema, mais grave, poderá inviabilizar a sua utilização como agente de requalificação do bairro histórico.
Já esta comprovado que o esforço de recuperar um imóvel sem que o tecido urbano no entorno seja reestruturado é sempre inócuo, pois o acaba sem um uso sustentável, veja o caso do palacete Bolonha, também restaurado faz menos de 10 anos e que agora está fechado. Outro exemplo são as obras feitas no chamado complexo Feliz Lusitânia, também intervenções de qualidade, mas que não conseguiram mudar a cara do bairro que continua deteriorado e descaracterizado. São muitos os problemas, dentre os quais destaco a inexistência de definições para a circulação de veículos permite que muitos ónibus, caminhões e carretas circulem pela rua Dr. Assis produzindo barulho, poeira e criando entre os dois lados da rua uma barreira, além de física, psicológica. A Cidade Velha precisa de um plano de requalificação, que defina usos a serem incentivados, regule a circulação de veículos, defina gabaritos, regulamente a criação de vagas de garagem e estacionamento, recupere as ruas e as praças para devolve-las aos moradores do bairro e da cidade.
Para recordar, o Palacete começou a ser restaurado pela administração Edimilson Rodrigues, que deixou quase no ponto de ser inaugurado e com os recursos assegurados, quando a coisa assumiu as obras foram paralisadas e só foram retomadas depois que o prefeito foi obrigado, pela justiça, a fazê-lo.
A despeito das obras terem sido feitas dentro dos padrões técnicos a prefeitura ainda não sabe o que vai fazer do local, tanto que o prédio vai ser inaugurado sem nenhum recheio.
Aliais, sabe sim, não vai fazer nada e o prédio vai se deteriorar novamente. Podem anotar, depois da inauguração o prédio vai ficar abandonado. Tomara que eu esteja errado!
O grande momento organizado pela prefeitura para o dia do aniversário de Belém é a inauguração do Palacete Pinho na Dr. Assis, obra que concluiu sob ameaça da Justiça Federal de cobrar multa de um milhão de reais do prefeito e da municipalidade, caso a obra não fosse retomada.
Pois bem, para que os convidados não vejam a qualidade das ruas da Cidade Velha a PMB resolveu dar um banho de asfalto na Dr Assis, só que fez no melhor estilo 1,99.
Hoje de manhã os garis retiravam o mato que crescia na rua.
Enquanto o resto de asfalto era deixado na beira das calçadas.
Cem metros dali, no largo do Carmo, 11:30 da manhã, o lixo da véspera esperava ser retirado.