Setor privado de educação brasileiro atrai investidores estrangeiros e já registra um total de operações de aquisição de R$ 1,9 bilhão
Os investidores espicharam os olhos para o setor privado de educação no Brasil. Em pouco mais de um ano, só o mercado de sistemas de ensino (que consiste na produção de metodologia pedagógica e apostilas para venda a escolas públicas e privadas) registrou cinco operações de venda, três delas nos últimos 30 dias.
Somadas, representaram um investimento superior a R$ 1,9 bilhão. No maior desses negócios, a inglesa Pearson (dona do jornal "Financial Times" e da revista "The Economist") pagou R$ 888 milhões para assumir a gráfica e a distribuição de materiais didáticos do Sistema Educacional Brasileiro (SEB).
Esse movimento não deve parar tão cedo. A Kroton Educacional, que já tem 50% do seu capital nas mãos do fundo financeiro internacional Advent, anunciou na quarta-feira passada que estuda novas associações e, eventualmente, a venda de uma ou mais unidades de ensino do grupo.
Os donos da Estácio de Sá, com quase 215 mil alunos e forte presença no Rio, também procuram compradores para suas ações. João Uchôa Cavalcanti Neto e sua filha, Monique Uchôa Cavalcanti de Vasconcelos, vão vender na Bolsa de Valores os 41,7% que detêm do capital da empresa.
— Todo mundo está namorando todo mundo — confirma o consultor Marcos Antonio Boscolo, sócio da KPMG.
O mercado brasileiro de ensino está entre os dez maiores do mundo, com movimento estimado entre R$ 53 bilhões e R$ 55 bilhões por ano.
Este valor considera apenas as mensalidades no ensino privado (básico e superior) e também o giro do mercado editorial (que engloba desde a venda de livros didáticos à produção dos sistemas de ensino).
Estão fora da conta os desembolsos do governo na rede pública.
Em grande parte, a consolidação do setor reflete a confiança dos investidores brasileiros e estrangeiros no aumento da renda média da população e da demanda por mão de obra qualificada nos próximos anos no país.
Agradeço ao Desembargador José Maria Alencar a colaboração.
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