quarta-feira, 4 de maio de 2011

Meu querido diário

Ainda estou atordoado, não com a morte de bin Laden, afinal a morte já anda tão vulgarizada na TV.
Eu fiquei preocupado por não ter visto uma cobertura a partir de uma visão brasileira dos fatos.
As TV cobriram com os olhos da mídia dos EUA.
A propalada índole pacífica do povo brasileiro foi substituída pelo belicismo ufanista estadunidense, de guerra do bem contra o mau e com isso perdeu-se qualquer possibilidade de crítica.
Havia e, ainda há, muito o que se criticar nesta ação.
É ou não é criticável no âmbito da ética cristã, que funda os valores do Ocidente, festejar a morte do semelhante, mesmo que seja o Judas ou o mau ladrão?
É ou não é criticável o fato de ser o presidente a anunciar a morte e em tom de comemoração.
É ou não é absurdo o fato de que tudo foi planejado, até a cena do alto comando assistindo a matança, dentro do cronograma da reeleição de Obama, pois, pelo menos, desde setembro do ano passado já sabiam que bin Laden morava naquela casa.
Se os terroristas são inimigos públicos como foram Al Capone e outros gangsters porque não dar a eles o mesmo tratamento despresível?
Parece mesmo que a civilizacao americana esta invertendo os valores fundantes do Ocidente.
E aí volto para a cobertura das tv brasileiras, Globo principalmente.
O Brasil tem ou não tem valores que nos diferenciam dos países anglo saxonicos?
É ou não é importante cultivar estes valores de diversidade cultural. A cultura da paz, da tolerância, da covivência de contrários, da mistura, da miscigenação racial e cultural.
Como veríamos no Brasil o presidente da República vindo, em rede nacional, anunciar a morte matada do Fernandinho Beira-Mar, ou mesmo a sua prisão?
Porque não ser critico e denunciar o terrorismo, mas também a brutalidade das guerras, do belicismo, que tem sido a marca maior dos impérios anglo-saxônicos desde o seculo XIX.
Na sociedade do espetáculo nada mais importa, nem ética, nem moral, nem cultura.
Obama trocou 2 milênios de civilização por 15 minutos de fama.
Obama mostrou seu compromisso com os valores WASP dos EUA.

2 comentários:

  1. Os filmes de ficção sempre nos impressionaram por nos aproximar do ideal humano, nem sempre atingível na realidade. A consecução dessa tarefa sinistra de captura de um terrorista em seu próprio "bunker" não teve melhor momento senão aproveitar a distração do mundo plebeu envolvido nos festejos nupciais de um casal de príncipes. Assim se deu com Lampião que foi surpreendido, em tocaia, enquanto namorava com Maria Bonita, desguarnecido de seus cangaceiros embriagados após baita farra. Assim acontecia nos filmes (feitos pelo homem), audacioso e herói era ver o mocinho invadir o terreno inimigo para arrebatar-lhe o troféu. Foi assim no "Rapto das Sabinas", também com os Japoneses em Pearl Harbor,...com Rapunzel...Alguns na vida real, outros, em contos de fada. Sem constrangimento, temos que dar a mão à palmatória e levar ao PODIUM quem matou Bin Laden. Obama matou Osama!!! O resto é misura e chôrôrô.

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