terça-feira, 19 de abril de 2011

O insigine viajante

Este causo perde-se na noite dos tempos, com varias versões.
Esta eu ouvi na casa de meu avô e os personagens são Barata e Getúlio.
O governador do Pará visitava o presidente Getúlio Vargas, na então capital federal, Rio de Janeiro, onde fora recebido pelo próprio, no cais do porto, com honras, pompas e circunstâncias.


No retorno à Belém o ministro da Justiça representou o presidente e deu-lhe o recado:
- Incumbiu-me o senhor presidente de transmitir ao insigne viajante os melhores votos de feliz viagem.
Respondeu Barata:
- Transmita ao insigne ficante meus sinceros agradecimentos.
O interessante desta história era a interpretação que a ela davam baratistas e anti-baratista.
Os últimos contavam-na para demonstrar a rudeza do governador. Já os seu admiradores, quando a admitiam como verdade, usavam-na para demonstrar a sagacidade do líder e comentavam.
- Barata, não gostando de receber as despedidas do ministro da Justiça, queria o presidente, ao se fazer de tolo, deu o troco.

Um comentário:

  1. Oi Flávio!

    Conhecia esse "causo", não na versão lembrada por ti mas, a que se contava sobre a despedida do General Higino Craveiro Lopes, presidente de Portugal, após este visitar Belém, no final da década dos anos de 1950. O texto é semelhante, mas, invertido. Diziam por aqui, que Magalhães Barata, governador, despediu-se do presidente português desejando "boa viagem ao insigne viajante" e Craveiro teria respondido com um obrigado ao "insigne ficante". Versões à parte, lembro que se contava, também, no tempo dessa visita, que Barata precisou providenciar um penico de louça, para Craveiro, pois este não conseguia dormir sem ter um, devidamente aboletado debaixo da cama...

    ResponderExcluir