quarta-feira, 14 de março de 2012

A velha Europa não se emenda

Continua racista.

Uma propaganda veiculada na União Europeia foi retirada do ar após gerar protestos e reações negativas. Ao tratar do avanço econômico dos países emergentes, os BRICs, a peça foi acusada de promover estereótipos, xenofobia e até racismo.
O roteiro é direto: uma mulher branca com as mesmas roupas do personagem Noiva/Beatrix Kiddo, do filme Kill Bill, entra num galpão vazio. Ela usa uniforme amarelo e azul (as cores da União Europeia).

De repente, sua segurança é ameaçada pela chegada de três lutadores: um de kung fu, um de capoeira e outro de kalaripayattu, arte macial indiana. Nenhuma palavra é dita, mas as referências a China, Brasil e Índia são claras (com direito a samba na entrada do Brasil). Também fica evidente a posição de antagonistas e de ameaça ocupada pelos BRICs.
O ataque dos três lutadores de minorias étnicas só é impedido porque a mulher se multiplica e forma um círculo ao redor deles. As doze personagens se transformam em estrela, e logo formam o símbolo da União Europeia. Não há embate: a representação da Europa consegue neutralizar o avanço dos estrangeiros.

O negão brasileiro, lutador de capoeira, ameaça a branca europeia

Para ver o vídeo click aqui.

Sem esquercer, para sermos justos, que também foi alí que surgiu a crítica ao racismo com as teorias científicas que o descontruiram.
Mas o que assusta é a recorrência, doentia do tema.
Basta se descuidar, relaxar o controle, o bicho aflora, o santo baixa, toma conta das cabeças e dos corações.

Como é que vai ser daqui 50 anos, quando os brancos azedos de olhos azuis serão minoria e o continente será majoritariamente, preto, árabe, indú?
Será que está "ralé", uma vez assunta, vai também: se achar?

Mais aqui.
Recebi por email do Marcos Palácios.

Um comentário:

  1. O pior é que este racismo hoje, está mais do que ativo, presente. Ao procurar novos espaços, dribla a combatida identidade clássica, e encontra eco em qualquer perfil que se lhe reconheça guarida além do das etinias. Seja o religioso, o político, o econômico e até mesmo o acadêmico, qualquer um - "estranho" à trupe originariamente dominante, pode ser a bola da vez. A Holanda mostra a cara da xenofobia contemporânea desde os anos 70 (com o fim do colonialismo no Suriname), tendo suas iras racistas e descriminatórias focado nos sulamericanos e antilianos (Aruba, e principalmente Curaçao), depois pelos árabes (turcos e marroquinos), pelos africanos (asilados de diversas origens, e agora voltam-se para os brancos de olhos azuis do pobre leste europeu (entenda-se aí os poloneses, alguns búlgaros e romenos), o ódio aos chineses está por chegar...
    Como vê, não há limites para a gana de quem se acha um escolhido dos deuses! A tolerância é por si só um termo racista, e na prática está cada vez mais excassa para quem precisa dela.
    No mais para qualquer coisa em contrário é puro trabalho de marketing...

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