Anatomia de uma mentira: Galpões CDP

Desde que a mentira não entrou nos 10 mandamentos de Deus, (não confundir com o oitavo, não levatarás falso testemunho) ela tem sido a principal arma do poder para iludir os desatentos das classes infames como já se disse.
Em priscas eras o mentiroso só precisava da cara e da fala.
Agora os pinóquios ganharam poderosas ferramentas tecnológicas. Mentir, mais do que arte, é ciência e recebe nomes novos como marketing, propaganda, publicidade e suas ferramentas indipensáveis: power-point, animaçoes 3D, photoshop.
Na propaganda nada se cria tudo se photoshopia.

Foi assim que os jormais e todas as midias sites, etc foram usada para divulgar a comovente campanha da CDP: Um porto de harmonia. Integração hrmoniosa porto-cidade. Pelo que tentarei demonstrar esta integração é daquela tipo em que eles entram com o "porto" e nós com a "cidade".

Se comova mais vendo aqui.
Não perca o vídeo também, Oscar de melhor documentário fake.

Todas essas empulhações edulcoradas em 3D Studio vão ser desmentidas por uma preciosidade que caiu na rede. O internauta Breno Peck apanhou um CDPeixe, um Power-point assinado pelo então presidente da CDP e demais diretores e distribuiu o link no Tuiter.
Vou analisar alguns falsos testemunhos, isso é pecado, que eles tentam aplicar.

As lorotas aqui plantadas são tristes de dar dó, sem engenho ou arte.
Começamos pela tal rua de Belém que eles dizem que é deles e querem "trocar" com a Municipalidade de Belém.
Vejamos o mapa do power-point assinado por eles, apresentado por eles e que por azar deles e sorte da cidadania, caiu na Rede.

Este é o mapa do porto de Belém em 1914. Em azul a linha que a CDP diz ser o limite da área do porto. Baseada nela é que se dizem donos de ruas.

Minha Nossa Senhora de Nazaré!
O Cirio é deles!
Passa por dentro da Área portuária, definida em OBEDIÊNCIA à Lei dos Portos e aprovada pela AUTORIDADE Portuária.

Vamos em frente.
Pra começar vejam este gráfico, ele é o sonho de uma noite de verão de qualquer pauerpointeiro.

Fala sério, é brincadeira, vejam o efeito multiplicador, em cascata, o circulo virtuoso que este terminal vai desencadear.
Perto destas piruetas, o Ciclo da Borracha vai ser um comportado papai&mamãe.
Do Armazém 12 (canto inferior esquerdo) conquistaremos o planeta (superior direito), assim como de Sagres, os portugueses, os sete mares e do cabo Canaveral, os estadunidenses, o espaço.
A metáfora visual não podia ser mais sugestiva.

Mas tudo isso é introdutório para chegar ao propagandísmo desenvolvimentista de décadas:

GERAÇÃO DE EMPREGO E RENDA.
Há tempos, qualquer bestalhão que se candidate a qualquer coisa no Br tem que ornamentar seu programa de trabalho com esse ABRAKADABRA.
Façamos o exercício da razão cínica: tráfico de drogas, prostituição, pedofilia, jogo do bicho, desmatamento, comércio de animais silvestres, tudo isso gera emprego e renda, se duvidar, muito mais que as atividades legais.
A questão não é gerar emprego e renda,

É A QUALIDADE DO EMPREGO QUE GERA E O IMPACTO DESSA ATIVIDADE NA ATORMENTADA CIRCULAÇÃO DA CIDADE, EM NOSSA MESQUINHA QUALIDADE DE VIDA, NA ANGUSTIADA EXISTÊNCIA DE BELÉM.

E sabem quantos empregos diretos essa "maravilha curativa" para a economia de Belém vai criar:
177, se cada emprego direto gerar em média 3 indiretos, muitos na informalidade (boieira, prostituta, borracheiro, mecânico) vamos ter: 177 x 3 = 531
Voltando ao raciocínio cínico, a contravenção, jogo do bicho, jogos de azar, etc, geram mais emprego com memor IMPACTO AMBIENTAL e menor IMPACTO DE VIZINHANÇA.

TUDO ISSO, SÓ POR ISSO?

Eu acho que aqueles bichos pretos que voam alí no Ver-o-Peso, que por sinal, está dentro da Área portuária, definida em OBEDIÊNCIA à Lei dos Portos e aprovada pela AUTORIDADE Portuária, não são urubus, são bois.

Agora vamos ver o impacto na circulação urbana.

O mais grave problema para cidade, insisto, é o impacto Ambiental e de Vizinhança que o terminhal vai causar, com transtornos indesejáveis na circulação da cidade.
Primeiramente o projeto não se harmoniza com nenhuma proposta em estudo de circulação na região metropolitana de Belém, ignora totalmente o Belém Metrópole, insiste em facilitar o acesso de caminhões e carretas em direção ao núcleo mais antigo do Centro Histórico, condenado por qualquer planejador urbano com o mínimo de discernimento..

Os argumentos mantém o subjetivismo próprio da propaganda ideológica.
Os números são contraditórios e, mesmo se consistentes, estariam em desacordo com o boom do crescimento de veículos de passageiros observado desde o segundo governo Lula e mais os transportes alternativos (vans, kombis, motos) novos atores da já caótica cena urbana.
Vamos lá!

Esta tabela é para a minha vã engenharia a mais cheia de pavulagens e mandraquices.
Vejamos a última linha: Quantidade de caminhões por dia, se tudo cresce: navios por ano; horas de operação por ano, caminhões por ano;

POR QUE O NÚMERO DE CAMINHÕES POR DIA SE MANTEM INALTERADO?

Como a partir do décimo ano o número de caminhões dia foi CRIMINOSAMENTE mantido inalterado, me obrigam a fazer aqui uma simulação que, sei, não utiliza as melhores ferramentas estatísticas. Uso uma precaríssima regra de três simples, só para termos uma ordem de grandeza do numero de caminhões, daqui 25 anos, que eles quiseram esconder.

Concluem que o impacto no sistema viário é mínimo e pode ser por ele absorvido.
Nem no eter há tão baixa fricção.
ACREDITE SE PUDER!
E aí já aparece um outro número, que não tem nada a ver com os anteriores: 19.

Agora a última BUEMBA.
Vão estuprar a cidade para

ARRENDAR O NOVO TERMINAL DE CONTEINERES

Já apresentam até o nome dos interessasos no negócio.

Eu acho que aqueles bichos pretos que voam alí no Ver-o-Peso, não são urubus, são bois. Uma manada!!

Eu não sou destes que pego santo quando escuto a palavra privatizar.
Privatizar é bom ou ruim?
Depende.
Neste caso não tenho dúvidas.

É PÉSSIMO.

Prejudica a coletividade e favorece o privado.
Socializa os malefícios e privatiza lucros.