Chegado a Belém, depois de uma longa viagem à China, soube que o comentário: “Como tem prosperado a burrice entre os professores universitários. Estou cercado de professores com muitos títulos e pouco saber”, que fiz no Twitter e no Facebook, repercutiu na imprensa local criando constrangimentos. Primeiro é preciso explicar o contexto do desabafo. Eu estava em viagem pela China com um grupo de professores de diversas universidades brasileiras, a maioria privadas. Exasperava-me como certos colegas interpretavam a realidade chinesa.
Isso me fez refletir sobre o que aconteceu com a profissão docente nas últimas décadas. O golpe de 1964 baniu das universidade o pensamento crítico ao regime. O posterior rebaixamento dos salários retirou-nos o orgulho, a autonomia e a autoestima.
O ambiente altamente competitivo "publish or perish", presente em nossas universidades, melhorou muito o conhecimento especializado dos docentes, mas falta-nos tempo para outras atividades mais livres e criativas que complementem nossa formação humana e intelectual. Pois, como nos ensinam velhas-sempre-novas lições, para encontrar uma agulha de luz no palheiro do real, não basta Filosofia, é preciso Sabedoria; e para criar-inventar novos futuros, não basta Ciência, é preciso Sapiência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário