domingo, 18 de março de 2012

Galpões da CDP: nome dos boys

A desmontagem dos galpões do Porto de Belém é o resultado de uma vendeta política e de muita safadeza.
Na era do PSDB, Almir Gabriel, para demonstrar todo o seu cuidado com Maria de Belém, usou de todos os meios para impedir que os recursos federais do Programa Monumenta fossem repassados para a prefeitura do petista Edmilson.
Conseguiu, venceu essa batalha na porfia para mostrar quem amava mais Belém.
O emblema maior dessas desclarações de amor tucanas ficou sendo a Estação das Docas, cujo projeto original previa a expansão para os demais armazens e a construção de um centro de Convenções.

Quando o PT assumiu com Lula, o governo federal em 2003, os cargos federais no estado foram loteados entre os os partidos da base de sustentação do novel governo.
Para nossa desgraça ao PSB coube a CDP cujo chefão-proprietário no Pará é o forasteiro-embusteiro Ademir Andrade.
A nova direção da CDP, talvez em represália ao povo do Pará por não ter eleito governadora a desconhecida e titubeante Maria do Carmo (eu votei nela, na ocasiao ainda filhiado ao PPS e os candidatos do partido Ciro-Hildegardo, apoiaram Lula e Maria do Carmo) tramaram: vamos inviabilizar este símbolo do sucesso tucano, vamos acabar com os sonhos de expansão da "Estação donDocas".

Desde muito tempo o Porto de Belém se mostra inadequado para a navegação atual, pois o porto foi contruido para os padrões do inicio do século 20: calado, dimensões, capacidade de armazenamento, além da inexistência de área de expanção do retro-porto, e, sobre tudo, dificuldade para o manejo de conteiners, a modalidade de transporte marítimo mais demandada para cargas gerais.

Tanto isso é verdade que a CDP vinha desmobilizando o velho porto, símbolo da capital da borracha, e transferindo-o para Vila do Conde.
Foi neste cenário que o governo do PSDB estadual começou a negociar com o nacional a cessão paulatina dos galpões para implantar o projeto Estação das Docas.
A inviabilidade de expansão do porto, era a justificativa para a cessão.

Foi cedida a primeira parte. Inaugurou-se a Estacao das Docas, sucesso total, pois atendia a uma demanda real da cidade, porém inclompleta: faltava um centro de convenções equipamento urbanos que uma cidade precisa para sediar grandes manifestações do turismo de eventos.

Os aliados do PT no comando da CDP convencem seus comparsas do Ministério dos Transporte que era preciso estancar a hemoragia de sucessos e votos amarelos em Belém, fechando as portas da esperança de crescimento da Estação, trancafiada em um terminal de conteiners.

Se isso ocorreu só na base da lábia política, condenável, mesquinha e vil ou se o vil metal aportou em companheiras contas e mudou o entendimento técnico sobre as viabilidades do Port of Parah, o tempo um dia dirá?

Isso é execrável, abominável, trabalho de anões.
Será justo que nós, a cidade de Belém, tenhamos que pagar o preço de uma vingança maquinada por espíritos de porto?

12 comentários:

  1. Chega a ser revoltante viver numa cidade que sempre virou as costas para seus rios, que tem uma população mal educada e que joga seus dejetos nesses rios, que vive em função do asfalto e que elegem governantes fracos e assitencialistas.

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  2. Pobre Belém. Nossa cidade não merece uma classe política dessa envergadura. O problema é que nenhum deles está lá de graça. Foi colocado com os votos dos cidadãos que habitam a mangueirosa.

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  3. Não será Flávio: não é justo! Jamais será! Gostei da apresentação visual do seu argumento, valeu! Vamos contra a companheirada e os tucanos: o buraco é mais em baixo!

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  4. Não esquecer que saem as cabeças (presidência) mas continuam alguns braços. E estes braços que insistem neste projeto.
    Sexta-feira foi convocada uma reunião entre CDP e técnicos (sendo que o DPHAC e a imprensa não seriam bem vindos). A diretora Socorro Pirâmides justificou os encaminhamentos sob seu ponto de vista particular. O posicionamento técnico dos presentes (Mauro Gaia, Thais Zumero, Thais Sanjad, Rose Norat, Leonardo/FUMBEL, Adma/IPHAN e meu), encontrou ressonância na arquiteta da CDP, a despeito da postura dos representantes da CDP e dos articuladores da reunião que consideram a questão dos galpões como "um fato, mais cedo ou mais tarde".
    Insisti, entre outras várias coisas, que quando um ato administrativo possui vícios de procedimento técnico, jurídico ou administrativo, torna-se nulo por sua própria natureza. Considerando que:
    1. o processo licitatório foi feito a partir de um relatório do DPHAC, não um parecer, como a CDP insiste em afirmar, portanto sem valor para qualquer intervenção, usando descontextualizadamente e com indícios de plágio os textos desse documento;
    2. que, embora a arquitetura industrial possua características técnicas de desmontagem, o DPHAC condicionou a aprovação de quaisquer intervenções à apresentação de um plano de gestão do patrimônio, que nunca aconteceu;
    3. que um dos pontos de colapso no trânsito de Belém é a avenida Marechal Hermes, que a CDP simplesmente considera, como bom trecho da região como sua propriedade, desconsiderando o impacto ambiental e de transporte rodoviário à cidade de Belém;
    4. que tudo isso está apoiado na desídia da CMB em aprovar os instrumentos de controle urbanístico, sendo tratada a relação entre CDP e PMB num balcão de trocas escusas, com desapropriação de áreas e uso do erário municipal para beneficiamento de estruturas anexas à atividade portuária. Tudo poderia estar sendo pensado como uma Operação Urbana Consorciada e, certamente, frente aos custos disso a CDP pensaria na manutenção do TECON nesta região.
    5. desconsiderando o fato de que as esferas administrativas possuem sua autonomia, simplesmente condicionam o posicionamento de um órgão federal às determinações do DPHAC, num total desconhecimento do pacto federativo e do papel de cada esfera pública.

    A UFPA TEM QUE SE POSICIONAR! Precisamos fugir das ondas políticas com discurso técnico!

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  5. Flávio, não é tão automático esse alinhamento ou oposição: CDP e Governo Federal (PT) x Governo Estadual e PSDB. Testemunhei os esforços feitos no início do governo da Ana Júlia para ter os 02 galpões da CDP, um deles pensava-se em ser utilizado para uma Central de Óperas, onde ocorreriam as oficinas e confecção de cenários, guarda de acervo, exposições, etc... E a CDP foi irredutível! O então Secretário de Cultura acabou deixando de lado.

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    1. E os documentos técnicos do DPHAC sempre apontam para isso.

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  6. Luiz Mário de Melo e Silva19 de março de 2012 às 08:05

    Toda a celeuma causada pela revitalização do patrimônio histórico de Belém só garante uma coisa: a manutenção do simbolismo colonial. O que não é pouca coisa. Aliás...

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  7. Sei que é difícil perguntar isto, porque o governo Ana Júlia não deixou nada para a cidade ou para o Estado, mas não teria sido o caso de ampliar a Estação das Docas no governo petista? Sei que os governos se regem sempre pela obsessão da paternidade da criança, mas isso não seria uma forma de demolir a associação imediata entre aquele espaço e os governos tucanos? Se fizessem novos espaços, inclusive o centro de convenções, isso não faria todo mundo entender o complexo como uma obra tucano-petista?
    É só uma especulação.

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  8. Nada acontece de uma hora pra outra. Existiam sim negociações de ampliação do acesso público à área dos galpões, durante todos os anos anteriores. Os documentos comprovam, não sou eu quem digo. A questão é que a direção do Porto de Belém não quer admitir que é um porto obsoleto e ineficiente. Já tentaram de tudo, até embarcar boi vivo!
    Só não entendem que a manutenção desta atividade no centro de Belém (não falo nem do contexto histórico, mas do ponto para onde convergem boa parte dos vetores de interesse e trânsito) é uma tentativa desesperada de uma sobrevida a uma estrutura inadequada. Pois se fosse adequada não causaria danos às estruturas dos galpões, não haveriam acidentes e até mortes.
    O erro começa pela má gestão do Porto de Belém e a insistência em um modelo que a condição física (arquitetura, batimetria, localização) não comporta.
    Isto digo pelo volume de informações técnicas que já acessei (artigos, estudos, palestras, teses... não só referentes à atividade portuária). Provem-me o contrário que eu nunca mais falo no assunto!

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  9. Não é só o que aparece na imagem Flávio. Tem desapropriações e abertura de uma via no Reduto, além da incorporação de trecho do Reduto ao Terminal de Conteiners!

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  10. Yúdice, como não deixou nada para cidade? E o Ação Metropóle?
    Havia sim interesse do Governo Ana Júlia em dá outro uso aos Armazéns da CDP, talvez não tenha havido força política para consegui-lo.

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