quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Chega de saudade


Hoje 16 de Dezembro estive no Largo da Mereces acompanhando uma equipe do Bom Dia Pará da TV Liberal para falar sobre a situação da área.
Realmente, é lamentável.
Muitas ações foram propostas para requalificar essa área do centro histórico, algumas bem intencionadas, todas fracassaram.
Por que?
Porque nunca se abandonou o saudosismo, sempre se pensou em fazer a João Alfredo e a Santo António voltarem a ser as ruas que foram antigamente. No tempo da borracha. Nos anos 60.
Isso é impossível !
Para pensar novos usos para a área temos que pensar que agora ela é uma zona de comércio popular e neste  contexto imaginar novas estéticas, novas estruturas urbana, novas formas de conviver, novas sociabilidades.
Isso envolve arquitetura, urbanismo e sobretudo um grande concerto social que envolva todas as partes interessadas: usuários, comerciantes, proprietarios, camelos, cidadãos.

Um comentário:

  1. Flávio
    Embora não seja um especialista na área, por ter sido obrigado a conhecer mais cidades do que algum dia tinha imaginado, tudo em virtude do meu trabalho, ficaram-me algumas experiências e soluções que vi serem bem interessantes. Uma delas, que achei correta do ponto de vista cultural, turístico e mais justa sócio-econômica, foi à recuperação dos centros históricos e a sua transformação em áreas de lazer e comércio mais sofisticado.
    Só a imbecilidade política de quem acredita estar favorecendo um povo ao permitir que o seu patrimônio seja destruído ou transformado em autêntico lixo é que pode justificar o que permitiram fazer com o velho centro comercial de Belém. O famoso comércio popular é uma fantasia demagógica, pois, na realidade é um estímulo ao subemprego e à destruição de atividades comerciais comuns e capazes de gerar mais postos de trabalho. Qual é o volume de recursos humanos e financeiros que tal “comércio popular” assegura? Ouso afirmar é que bem inferior ao que os resistentes comércios conseguem produzir na mesma área. O poder de polícia que o Estado possui não é a mesma coisa que um serviço de cão-de-fila ou de leão-de-chácara. É o poder que o Estado detém para proteger os interesses da coletividade e garantir o harmônico desenvolvimento de suas atividades sociais e econômicas permitidas, protegidas e asseguradas pela lei.
    Flávio, se houver vontade, não custa nada pensar na beleza que ficaria se um prédio como o da Paris-América, por exemplo, fosse transformado em um shopping ao estilo da Galeria Pacífico ou do Pátio Bullrich de Buenos Aires. E assim se poderia fazer o mesmo com todo o resto do centro, até com a restauração dos pisos originais, o que facilitaria a aeração do local e reduziria os alagamentos. Basta boa vontade e bem querer.
    Um abraço

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