quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

América do Sol da liberdade

A América do Sul de suas ditaduras tristes, sanguinárias e censuradoras agora, se tornou o continente da liberdade da transparência democrática.
No episódio Wikileaks, os EUA rasgaram a primeira emenda de sua constituição e estabeleceram a censura obrigando provedores como o Amazon a não mais hospedar a página. Depois, forçaram as empresas de cartão de crédito a não mais fazerem transferência de apoiadores para as contas da organização, no que foram seguidos por alguns países da velha Europa, outrora libertária.
Aqui na América do Sol da liberdade em raios fúlgidos,o Vice-presidente da Bolívia sustenta um provedor para abrigar um espelho do Wikileaks (provedor que reproduz tudo o conteúdo do original) e o presidente do Equador ofereceu asilo político a Assange.
Lula foi o primeiro líder mundial a prestar solidariedade ao criador da Wikileaks.
A geografia da democracia no mundo está mudando.
O mapa mundi virou de cabeça para baixo.
Como já dizia o Galileu na Galiléia : quem tiver olhos para ver, veja !

Um comentário:

  1. Flavio
    Nos meus tempos de repórter-analista político internacional tive a oportunidade de conviver com inúmeros colegas estadunidenses e até passar alguns meses lá nos EUA. Fora ter ficado estarrecido com o baixíssimo grau de informação cultural dos colegas, mais espantado fiquei com a incapacidade que tinham para qualquer tipo de análise sobre a própria realidade. Estive por lá após a fuga de Saigon. Com raras exceções, a lógica era - os EUA tinham desistido de ajudar aos vietnamitas a encontrar o caminho da liberdade. Ainda que eu tivesse, como latino-americano e militante de esquerda, todas as razões do mundo para detestar o sistema capitalista que por lá estava instalado, não estava preparado para ver que os EUA eram (e é, mais ainda) um dos mais rígidos governos policiais que profissionalmente tive que conhecer.
    A fantasia daquelas emendas constitucionais, na realidade artigos da Constituição, como a primeira e a quinta emendas, que só existem para garantir o due process of law dos famosos, ricos e poderosos, tinham aspecto de universalização porque o cinema assim fazia crer. Uma crença que superava até os dados da realidade. Esse quadro, comum ao John Doe, também era verdadeiro e crível nas Universidades da Ivy League.
    Na Europa o quadro já estava em transformação por obra e graça da impositiva ação neoliberal da Dama de Ferro, que ao poucos foi cooptando quase todos os governantes europeus, mesmo os que faziam parte do (na época) Mercado Comum Europeu. Enfim, nós, latino-americanos, como vivemos um processo político econômico bem distinto do que vivem a Europa e os EUA hoje em dia, graças ao contraditório processo de acumulação capitalista que por aqui campeou por 5 séculos, o Estado conseguiu sobreviver e os nossos povos o desejam mais forte, mais democrático e mais solidário. Um dado que inexiste lá pelas bandas do Norte “civilizado e desenvolvido”.

    ResponderExcluir