sábado, 26 de março de 2011

Em vez de dedos no teclado pés nas ruas


Minha vã filosofia não consegue entender estas histéricas manifestações contrárias à decisão do Supremo no afair Ficha Limpa.
Mesmo com parcos conhecimentos jurídicos, sabe-se que uma lei eleitoral só pode entrar em vigor um ano depois de promulgada.
Mais difícil é entender como alguns dos supremos juízes foram dar tantos tratos a bola, em lances de escabroso populismo, para justificar o injustificável.
A velha imprensa também vestiu uma camisa listrada e saiu no bloco do populismo. Não era de se esperar cobertura equilibrada.
O que doí é a nova imprensa dos blogs e microblogs pregando o golpe contra a constituição.
Se querem mudá-la, ótimo, as leis são contrato social, mas para isso é preciso, como se diz hoje nos países árabes, trocar os dedos no teclado pelos pés nas ruas.

3 comentários:

  1. Caro Flávio
    Creio que alguns acréscimos se fazem necessários, pois, como o seu post apenas visou informar e abrir a possibilidade de um debate, não havia espaço para muitas explicações. Primeiro, há muito que a preguiça intelectual dos jornalistas políticos e de alguns "cientistas políticos" criou um erro - a classe política -, como se política fosse uma atividade capaz de produzir uma classe social. Um erro que motiva graves equívocos por parte da população que, ao acreditar na existência desse novo tipo de "atividade social", imediatamente a associou a ganhos, lucros, empregos e remunerações. Desta crença para querer algum tipo de benefício material, o pulo foi rápido, pois, é assim que o capitalismo funciona.
    Desse erro ou equívoco é que surgem as interpretações da Lei ao arrepio dela mesma, não porque seja um tipo específico de análise jurídica, mas, simplesmente, pelo desejo de enfraquecer a Legalidade e assim provocar o domínio de concepções "jurídicas" ao estilo de um Carl Schmitt, em que a vontade das reais bases e estruturas do poder determinam o que ou o que não é justo. Pouco importa se a norma constitucional diga isso ou aquilo, a "moralista" vontade é que deve prevalecer.
    O engraçado é que a maioria dos que desejam esssas mudanças, talvez inconscientemente sabem que para haver alguma alteração no caráter jurídico essencial do país é preciso que a Grande Norma (grundnorm) regente seja transformada e que uma nova Grundnorm surja. Algo que as concepções volitivas ao modo Carl Schmitt não realizam e nem permitem, pois apenas servem para ampliar a concentração de poder daqueles que controlam o Estado e suas estruturas econ^mico-sociais. Os nossos media, nem de longe se fazem de populista, mas, demagógicos e repetidores dos refrões das vivandeiras dos quartéis de tempos anteriores. A imoralidade que tanto combatem é só para inglês ver, pois, se fossem levar a sério esse combate, dificilmente sobreviveriam como empresas capitalistas. E eles sabem disso.
    Todas as vezes em que os setores oligárquicos começam a falar em moralismo e quejandos, uma imagem logo se forma - a do lobo e do cordeiro nas margens de um igarapé, com o resultado que todos conhecemos.

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  2. Gostei do lobo e do cordeiro amazonizados na beira do igarapé.

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  3. Eu ultrapasso as normas constitucionais e aplaudo o sentido de justiça do Juiz que desempatou a Patranha da ficha limpa, pois como paraense estava muito indgnado com a falta de respeito com os 3.800.000 votos dados ao Jader Barbalho e ao Paulo Rocha. Eles não julgaram e deixaram os parenses julgarem com os seus votos, portanto este era o verdicto do povo do Pará. Na democracia representativa a decisão popular vale mais que a do STF.
    P.S. Considere que a Lei do Ficha Limpa tinha 1 milhão de assinaturas de eleirores de todo o Braisl.De paraenses não se sabe, Talves cem mil???Não sabemos.
    Riba

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