Em Buenos Aires visitei, na Casa Rosada, uma exposição dedicada aos Libertadores da América, organizada para comemorar os 200 anos da independência da Argentina (1810-2010).
Na entrada principal do palácio, sede do governo, reuniram retratos dos principais líderes da independência de todos os países da América Latina.
À velha guarda como Bolivar,
Tiradentes,
San Martin, José Martí, Artigas, se juntaram outros não tão habituais como Zapata e Pacho Villa, Farabundo Martí e Sandino.
Os bolerões da primeira metade do século 20, Getúlio,
Perón e a sempre lindíssima Evita
A jovem guarda com Che Guevara, agora ídolo das vovós.
Dom Oscar Romero,
Salvador Allende, las Madres da Plaza de Mayo
e o índio Túpaj Katari trazido à cena pelo Evo Morales Ayma identificado como presidente do Estado Plurinacional da Bolívia.
Alguns da velha guarda já tinham sido incorporados à historia oficial, mas todos os outros eram considerados populistas, demagogos ou bandidos, bandoleiros, terroristas, subversivos.
Da minha minha geração, tantos pensavam que o sol da liberdade não voltaria mais a brilhar, quanto mais imaginar que, aqueles enxovalhados pelos bem pensantes de então, mesmo se cultuados à margem por poetas e cantores proscritos, seriam reabilitados e homenageados.
Quem, com os parâmetros das elites governantes do anos 1970 poderia imaginar que um operário semi-letrado viria ser o presidente do Brasil e que o levaria a um lugar "nunca antes ocupado na história deste pais"?
Mais ainda, quem diria que aquela menina-guerrilheira, que ocupava um lugar menor na secretaria de organização daqueles minúsculos grupos de luta armada no Brasil, viria a ser sua sucessora?
Isso é que é o bom da História! Ela não para nunca e vai trazendo surpresas e revelações.
ResponderExcluirAlguma coisa foi barrada em 1964. Mas de novo vem o movimento da História e tudo se põe a caminho!
Belo post e belas fotos! Muito bom o seu blog!
Ramiro Tavares