Quando escrevi REP, PUB e LICA - A república no Brasil no dia 15 de Novembro, tinha intenção de fazer logo um outro post que o complementasse.
Só agora estou conseguindo.
Queria responder a pergunta com a qual terminei a postagem.
Será que estamos preparados para pensar-mo-nos diferentes?
A resposta é no estilo Gilberto Gil, sim OU não? (com ênfase maior no ou).
Não, se continuarmos pensando-nos pequenos, medíocres, sub-desenvolvidos, incapazes de assumir um papel de protagonismo na história da humanidade.
Sim, se olharmos nossa história como ela, com suas vicissitudes, suas ignominias, mas também com suas grandezas, com a nossa capacidade de adaptação a mudanças, a nossa capacidade de conviver com extremos, com a nossa amabilidade, com as virtudes que o processo de mestiçagem nos propiciaram de forma única no mundo, com peculiaridades que nos colocam em vantagens competitivas em relação a outros neste momento.
(Atenção, não estou falando em destino manifesto como fizeram os pais da pátria estadunidense, com todas as conseqúências deste entendimento; nem de Sebastianismo e Quinto Império, falo aqui de um arranjo de condições favoráveis que devem ser bem aproveitadas)
Partindo desta percepção e deste compromisso conosco e com a humanidade temos que repensar nossas estruturas sociais e políticas com a responsabilidade de quem caminha para ser, em breves anos, a quinta economia do planeta.
Recentemente o senador Aécio Neves falou da necessidade de refundar o PSDB no que foi contestado por um grupo paulista do partido.
Precisamos REINVENTAR o Brasil.
Precisamos REINVENTAR nossas mentalidades, nosso imaginário, nossas organizações políticas e sociais.
Este Brasil, que caminha para ser potencia mundial, não pode mais ser governado pela ideário de um partido de sindicalistas, nem por um outro que, em sua vertente serrista, comportou-se muito mau nas últimas eleições presidenciais, incentivando atitudes que já pareciam banidos na república brasileira.
Neste sentido tanto Lula, quando escolhe para sucedê-lo uma dirigente política advinda da área técnica e não do sindicalismo, e Aécio, podem estar convergindo, não para um único partido, mas para a necessidade de superar o atual quadro ideológico, político e partidário do Brasil, adaptando-o a este projeto nacional que, com marchas e contra-marchas, vem sendo construído desde o inicio do século 20.
Mas uma vez atenção, aqui não estou falando de nacionalismo, nacional-socialismo ou de frente nacional como é corrente.
Isso vai ter que passar por uma nova constituinte, que eu não sei como vai ser convocada nem quando, só arrisco dizer que não poderá ser dominada pelos interesses dos atuais partidos políticos brasileiros, principalmente que não tenha no PMDB o seu Condestável, mas pela sociedade deste novo Brasil que já vem descendo a ladeira.
Tomará que sim.
A sua análise do momento político brasileiro atual tem o grande mérito de partir da realidade do país e do povo,do nosso passado e do futuro que pode ser antevisto.Por isso considero-a de extremo valor.
ResponderExcluirComo Darcy Ribeiro, vc antevê a necessidade de passarmos o Brasil a limpo, a partir de nossas experiências históricas e de nossos valores "morenos".
E uma das experiências que mais nos marcou, em tempos mais recentes, foi o golpe de 1964.O rastro de ódio e incompreensão que deixou até hoje, impede avanços políticos e cria preconceitos, mantem estereótipos que negam o grande valor de nosso povo.
É hora, portanto,de cantarmos com Paulinho da Viola: "quando penso no futuro, não esqueço meu passado".
Só vasculhando o passado recente e mais remoto, poderemos encontrar o rumo para uma imediata e ampla discussão sobre uma profunda Reforma Política,discussão essa que, ao que tudo indica, levará a formação de uma Assembléia Nacional Constituinte Exclusiva. Tanto o ex-Presidente Lula como a Presidenta Dilma já sinalizaram pela oportunidade de se discutir esses temas,há bem poucos anos sugeridos por Leonel Brizola e Darcy Ribeiro.
É tempo de procurarmos retomar o fio da História.
Combater o que resta das fontes obscuras do ódio, da incompreensão, passa necessariamente por uma análise acurada dos fatos recentes, quando em plena campanha eleitoral vimos brotar dessas mesmas fontes tantas ignomínias, calúnias e preconceitos. Descobrir o que estava por trás desses cultores do ódio, a que interesses serviam,foi o grande ganho da última campanha eleitoral.
Hoje, acredito, o povo brasileiro,já se sente forte e lúcido e já pode marcar um encontro consigo mesmo, para combinar a construção do país de suas melhores esperanças e
de seus melhores sonhos.
Parabéns pelo seu convidativo texto.
Maria Lucia
Parabéns pelo excelente texto.
ResponderExcluirAcho que estamos preparados para a tarefa de reinventar o Brasil. Dilma Rousseff já faz parte dessa reinvenção, seguramente.
Essa brasileira vai dissolver ódios,pois pensar pequeno não é com ela.
Tudo o que nos faltava era uma mulher na Presidência!
Ouça só:
http://www.youtube.com/watch?v=sBNAiRpTeV4
Mauro Loureiro