Pois bem, visitei o apartamento que amigos brasileiros alugaram em BUE e constatei que "acá también" existem as dependências de empregada.
Se isso não alivia as culpas por nossas iniquidades sociais pelo menos derruba este mito.
Está bem cuidado, (pobre porém limpinho), fica contíguo à cozinha e a área de serviço e as dimensões são iguais as dos seus congêneres brasileiros.
Caro Flávio
ResponderExcluirHá algo em sua observação sobre os cubículos dedicados aos empregados domésticos que merece ser cuidadosamente estudada por cientistas sociais brasileiros, que é a fantasia a respeito da “originalidade” de tudo que foi feito ou se faz no Brasil, inclusive a célebre ilusão sobre o “jeitinho”, como se aos outros povos houvesse ausência de invenção e necessidades de resolver problemas imediatos da melhor e menos desgastante forma possível. Ainda que não seja um especialista no tema, por ter algum conhecimento histórico e por sempre ter me interessado pelas mais diversas culturas humanas, creio que a proximidade dos empregados domésticos, servos dos lares, sempre foi uma condição sine qua non para suas existências como apoio e suporte às necessidade físicas e materiais de seus patrões ou donos. A única verdade na “tese” brasileira está no fato de que, tanto numa situação, quanto noutra, a relação de servidumbre es contínua, com a diferença de que hoje em dia essa relação é cada vez mais temporária e tendente ao desaparecimento, pelo menos quanto ao mesmo sentido de antes, como paraticavam as mucamas, os aios, as aias, os servas, as servas, os escravos, as escravas, os valets de chambre, etc...
A relação “cubicular”, mais do que um tipo de relação de produção – escravista, feudal ou capitalista, é uma qualidade do poder econômico e das necessidades de serviços domésticos para suprir o que era( e é) visto como preciso e correto para tal ou qual status.
E, na ausência do San Juanino, que era o trem que ligava Buenos Aires à Mendoza, sugiro um passeio no trem que vai até San Carlos de Bariloche, se é que ainda conseguiu resistir ao neoliberalismo menemista.
Um abraço
Quanto ao aspecto arquitetônico, recomendo a observação das plantas de Le Corbusier. Lá está o quartinho apertadinho.
ResponderExcluirabs