terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Tragédia no Rio, de quem é a culpa?

Percebo que a cobertura da grande imprensa sobre a tragédia do Rio de Janeiro, quer sempre resvalar para culpar o governo federal e seus aliados.
Porém, nunca é feita a pergunta sobre as grandes causas destas tragédias urbanas.
A história da segregação espacial e da pobreza urbana no Rio começou no fim do século 19 quando os soldados que tinham ido combater os revoltosos de Canudos se instalaram nas encostas dos morros formando as primeiras favelas.
De lá para cá, só se vem acumulando a iniquidade decorrente da concentração cada vez maior da riqueza que obriga a maioria a viver em condições sub-humanas em morros, encostas, alagados.
Nossas cidades são a representação no espaço da distribuição de renda no Brasil, a urbanização é um luxo para poucos.
Vimos de um círculo vicioso de pobreza: expulso do campo, o brasileiro pobre, se instalava na periferia das grandes cidades, aí só tinham condições de se acomodar precariamente e de forma ilegal. Junte a isso a inobservância dos critérios técnicos e ambientais na execução de obras públicas, tempere com a corrupção. Estão aí todos os elementos da tragédia.
A solução é simples: distribuição de renda, extensão dos benefícios da urbanização aos cinturões de pobreza das grande cidades, ampliar assentamentos rurais que estanque o êxodo rural e atrair novamente para o campo parte desta população de favelados.
Será que esta imprensa está disposta a apoiar este programa?

Um comentário:

  1. Infelizmente, a impressa está mais preocupada em informar que o galã Rodrigo Santoro foi pessoalmente a Petrópolis entregar produtos de limpeza ou fantasiar contos do cachorro que velou o túmulo da dona, do que noticiar que o verdadeiro responsável pela morte de mais 700 pessoas foi o Poder Público e não a chuva.

    Felipe Andrade

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