sábado, 15 de dezembro de 2012

ESTÁ É PARA ALIVIAR: DÁ LICENÇA CULEGA!

Esta me contou o querido amigo Bené Monteiro, autor do mais amazônico romance da segunda metade do 20: VerdeVagomundo.
Teria acontecido no dia da inauguração de Brasília 21 de abril de 1960.

Da Assembleia Legislativa do Pará foram indicados 2 representantes para a festa, Bené e o Deputado cametaense Amilcar Moreira.
Depois da seção de instalação oficial da Câmara Federal em Brasília, discurso que não acabava mais, saem todos igualmente perdidos, vários procuram os sanitários e logo se formam longas filas.
Agenor já estava nas últimas, resolve apelar para a compreensão dos demais e sai furando a fila:
Dá licença!
Da licença seu dotô!
Licencinha faz favor!
Por favorzinho!
E pedia a São João Batista, padroeiro dos cametaeses:
- Ai meu santinho, não me deixai passar um vexame desses. Vossa merce, que vivia solitário no deserto, nem imagina o que é isso.
Se essa cobrinha andá ligeiro e eu não passar a vergonha de chegar no baile da noite todo vertido, prometo meu santinho, de passar um ano sem comer ao meno um daqueles maparazinhos, por mais gitito que seja.

Parace que houve alguma intervenção extraterrena e a fila andou mais rápido.
Quando se aproxima do mictório, daqueles de calha, já trancando as pernas, viu que tinha ums frestinha entre dois figurões encasacados e enfiou-se no meio.
Só teve tempo de dizer:
Dá licença seu culega!
Dá licença seu culega!

E aliaviava-se dividido entre o sentimento de gratidão ao santo e o arrependimento pela promessa de um ano sem mapará. Isso foi um átimo
A figura de quase 2 m de altura e arrogância, a quem pedira licença, pergunta.
O senhor é desembargador?
Não!
Catedrático de algum faculdade?
Também não!
Membro de alguma academia de letras jurídica?
Não!

Desculpe-me, mas nós somos colegas de que?

Culegas de mijada, ora!

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