sábado, 8 de dezembro de 2012

PALESTINA : UM BICHO MENOS DESIGUAL (MAS SÓ UM POUCO)

George Orwell em sua extraordinária Revolução dos Bichos, conta que os bichos fizeram a Revolução e ao tomarem o poder decretaram: "Todos os bichos são iguais". Depois, com o passar dos tempos, editam novo decreto: "Existem alguns bichos mais iguais do que os outros".

As Declarações dos Direitos Humanos e a dos Direitos dos Povos, reconhecem que todos tem direito à autodeterminação e a um território soberano.
Considerando o padrão "todos são iguais", o direito de ter um território e autodeterminar-se, o ato da ONU de conceder o status de Estado Observador à Palestina equivale, na classificação de Orwell, a ser um bicho quase igual.
Não tão igual a todos,
E desigual a todos.

Os bichos "mais iguais", segundo Orwell, são os que, em nome da "revolução", comandam o país e vivem uma vida de privilégios.
Na política internacional, os bichos "mais iguais" são aqueles que se consideram responsáveis pela paz mundial e - para mantê-la - promovem guerras depois de guerras.

Vamos admitir que os EUA, que se consideram predestinados a serem a nação líder dos valores da civilização cristã-ocidental (novus ordus seclorum) tenham razão. Essa autovisão está explicitada na escolha dos versos de Virgílio "Iuppiter omnipotens, audacibus adnue cœptis", "Júpiter (deus) todo poderoso favorece nossos audaciosos empreendimentos"; sintetizadas no olho da "divina providência" e nas palavras " Annuit Coeptis" que compõem o selo oficial e estão estampados no dólar dos EUA. Por esse entendimento os EUA seriam os zeladores das boas causas; da paz entre os homens; guardiões da liberdade de expressão e da democracia.

Dentre as humanitárias causas que eles têm patrocinado, para cumprir este mandato emanado do extranatural, uma delas é evitar - a todo custo - o direito do povo palestino ao reconhecimento de seu próprio estado nacional, para que não sejam um bicho como os demais, e sim um menosbicho.
Vejamos quem eles conseguiram convencer a apoiar esta ideia.
A sua fiel colônia ultramarina, o Reino Unido, sempre disposta a dar o segundo tiro, sempre submissos aos desejos da Casa Branca.
Será que os british big felows estavam lá, rente que nem pão quente, com o messias que trouxeram ao mundo?
Não! O RU não votou com os EUA?
Se absteve!!!
E o Iraque que eles libertaram daquele carcará sanguinolento, o Sadan Husein? Que tinha amizade com satã e umas armas de destruição de massas, gases tóxicos....
O Iraque votou a favor da Palestina!!!!


A Líbia, também récem liberta, daquele terrorista devasso Kadafi?
A Líbia, povo ingrato, votou sim!


Vamos ver mais: o Afeganistão, onde foram derrubados os fundamentalistas Talibãs, e, em seu lugar, posto um regime pró-ocidental, esses são muito agradecidos?
Ó que raça de víboras, votaram sim, a favor destes ratos palestinos!
Vamos deixar de lado esses árabes e vamos procurar gente melhor.
Austrália, aí é certo, australiano e americano são quase iguais, só que lá não tem preto, esses com certeza apoiaram integralmente a grande nação do Norte?
Ficaram em cima do muro?
Se abstiveram?
Vamos a esses países chamados de paraísos fiscais, nos quais os americanos depositam o dinheiro sujo que ganham com tráfico de drogas, armas. Da venda de segredos militares, comércio que fazem até com os inimigos: Andorra, Ilhas Fiji, San Marino. Esses se entregaram de corpo e alma? Também não! Estão no muro, nem a favor nem contra?
Vamos agora ver outros países que sempre, ou que recentemente tenham sido beneficiados pelos EUA. Não é possível que só tenhamos gente ingrata que não saiba reconhecer àqueles que lhes fazem bem. A Coréia, por exemplo, só existe porque os EUA a garante econômica e militarmente. O Mônaco, do príncipe filho da Grece Kelly, uma americana, falam mal dele, mas é inveja, esse vai apoiar a pátria de sua mãe. E, finalmente, dois, certíssimos, pois se não fosse o apoio dos estadunidenses aos golpes que derrubaram seus antecessores democraticamente eleitos, eles não se sustentariam, Guatemala e Paraguai. Bem já são quatro, que já permite botar a mão e - até a mãe - no fogo.
Como? Nenhum dos quatro apoiaram?
É a queda do Império Romano! Filhos da puta, em quem se pode confiar ainda?
Estudando as lista de países membros da ONU, encontrei um que me despertou particular curiosidade, Tonga.
Lembram da música do Vinícios eu vou é mandar você .... prá tonga da mironga do cabuletê?
Pois é, esse lugar remoto, cabalístico, mandou tudo para mironga do cabuleta e cravou: YES!
Decepção, a Tonga é tucana, eles subiram no muro, então vão-se pra a Tonga da Mironga.
Espera então: o Obama, o Black man in the white house, não consegui converser Tonga? Este lugar de chingamento, a descer de cima de um muro?
Tá mar ou tá peior!!!
Votaram contra o reconhecimento da Palestina como Estado observador, além dos EUA e de Israel, o Canadá, que muitos dizem que nem é um país de fato, com identidade nacional. Sua economia depende diretamente dos EUA. Apesar de independentes, ainda hoje, se consideram súditos da rainha da Inglaterra.
A República Tcheca, que como todos os países, que deixaram o chamado socialismo real, hoje são praticamente sustentados pelos EUA, senão iriam a bancarrota, o que não recomendaria muito bem o capitalismo como panaceia universal
Os outros "países" que acompanharam o grande líder planetário foram as Ilhas Marshall, Micronésia, Nauru, Palau, não são países independentes, são uma fraude. Eles se dizem independentes para ter direito a um acento na ONU, mas tem um tratado de adesão voluntária aos EUA, a moeda é o dólar  dependem integralmente do patrão.
O Panamá também é um protetorado, a moeda circulante é dólar.
Quando estive lá, um motorista de taxi me disse que o Balboa, moeda local, só se vende para colecionador em lojas especializadas.
Minha avaliação, faço usando um dos maiores símbolos da cultura estadunidense  o cinema de far-west.


Sinceramente, eu acho que pegava muito melhor para os EUA e Israel, meterem os pés na porta do saloon ...


e ficarem ali, com cara de bandido malvado, encarando os caubois e o delegado,


do que entrarem disfarçados de bons moços...



acompanhado por um bando de pivetes batedores de carteira, que não podem ser presos porque são "di menor".


Antes só que mal acompanhado.
Seria mais digno.

Mas quem está matando crianças como quem mata moscas, tem alguma preocupação com dignidade?
.
P.S: Por falar em Tonga, alguém sabe onde anda o Avelino? Será que ele tem fotos da Tonga e as fitas da seleção musical que tocava, precisamos resgatar esta memória?

2 comentários:

  1. Acho mais interessante a comparação com a Máfia e os mafiosos famosos dos EUA, por exemplo Alcapone. A politica exterior dos estados unidos não tem mais a desculpa de combater o comunismo, portanto, revela-se como ações de reles bandidos e assassinos grosseiros.Por isso nem tonga nem milonga.

    ResponderExcluir
  2. Parabéns camarada. Excelente analise.

    ResponderExcluir