quinta-feira, 14 de julho de 2011

Dalmo Dallari reivindica que todo o Brasil opine sobre a divisão do Pará

Eduardo Suplicy, o cavaleiro andante do PT e porta-voz da elite quatrocentona apoia. Veja que as razões alegadas, não são tão nobres assim. É São Paulo sempre querendo controlar todo o Brasil. Mas por outro lado, o argumente tem substância quando se trata de alterar o pacto federativo, afinal, se passar a aberração, todo o país vai pagar a conta.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) anunciou em Plenário nesta quarta-feira ação apresentada pelo jurista paulista Dalmo de Abreu Dallari ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), reivindicando que toda a população brasileira, e não apenas a paraense, seja ouvida no plebiscito sobre a criação dos estados de Carajás e Tapajós, no território do Pará. No último dia 30 de junho, o TSE determinou que a população do estado seja consultada sobre a divisão. O plebiscito está marcado para 11 de dezembro.
Como a Constituição Federal diz que deve ser consultada a “população diretamente interessada” na divisão, coube ao TSE fazer o entendimento de quem exatamente seriam essas pessoas – os moradores do estado inteiro ou apenas das novas unidades. O tribunal entendeu que todo o estado deveria opinar. Eduardo Suplicy defendeu o ponto de vista de Dalmo Dallari de que todo o país deveria opinar.
- Para criação de novas unidades políticas é necessário, jurídico e justo ouvir toda a população interessada. Não há na lei nada que diga que tem de se ouvir apenas a população do estado. A criação de novos estados afeta os direitos políticos de todo o povo brasileiro, além de criar um ônus financeiro que também será arcado por todo o povo brasileiro – afirmou o senador, com base no documento do jurista.
O argumento para que os brasileiros do país inteiro possam decidir sobre a divisão do Pará é de que a mudança afetará a todos. Com a criação dos novos estados, que ainda não terão renda própria, haverá a necessidade de que os cofres federais paguem a instalação do aparato administrativo, do poder Judiciário e do Legislativo, o que representaria “elevado ônus financeiro” ao povo, de acordo com o senador.
Suplicy ressaltou ainda que haverá um desequilíbrio das forças políticas no país, já que o mesmo eleitorado paraense, que hoje elege três senadores, passará a eleger nove. Na Câmara, como cada estado tem, no mínimo, oito parlamentares, a região passaria a contar com, no mínimo, 24 deputados federais – pelo menos sete a mais do que têm hoje, sem ter sofrido aumento no número de habitantes. “O que obviamente haverá de aumentar o peso político no estado”, no entendimento do senador.

P.S: Não se deve tomar a posição do Suplicy como do PT nacional. Suplicy sempre é uma posição isolada. Defende o PT da Avenida Paulista e quanto mais complicada uma tese, mais ele se identifica com ela. José Dirceu é mais pragmático. Veja aí abaixo por que?

Um comentário:

  1. Vamos imaginar que fosse o estado de são Paulo a ser dividido (uma suposição) será que o Brasil inteiro seria convidado a opinar (acho que não) sou paraense e acho que sou capaz de decidir o futuro do meu estado, e claro junto com todos os paraenses

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