Há alguns anos, a Meia Passagem Intermunicipal era apenas um sonho para os Estudantes Paraenses; uma reivindicação que, embora justa, era tida como inalcançável.
Muitos foram os esforços isolados no sentido de garantir o direito de ir e vir àqueles que não podiam arcar com o ônus de pagar uma passagem inteira para se deslocarem até as suas Instituições de Ensino, porém, com pouco ou quase nenhum sucesso.
Frente à tamanha desfragmentação da luta e, até mesmo, ao divisionismo imposto por alguns setores que se arrogavam os donos do Movimento Pró-Meia, as Entidades Estudantis do nosso Estado, a exemplo da UNE (União Nacional dos Estudantes), UPES (União Paraense dos Estudantes) e do DCE UFPA (Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal do Pará), decidiram atuar no sentido de unificar e fortalecer a luta em todo o Pará.
Várias foram as manifestações realizadas no Estado, dentre elas, destacamos a do dia 19/09/07, em Belém, que reuniu estudantes dos Municípios de Mosqueiro, de Abaetetuba, de Santa Izabel, de Barcarena e de Ananindeua, dentre outros, cujo objetivo era pressionar o Governo do Estado para a criação de um Projeto que regulamentasse o benefício da Meia Passagem Intermunicipal.
Diversas manifestações se seguiram após a unificação do Movimento em âmbito estadual, e, no dia 17/11/2009, o sonho se tornou realidade, foi publicada no Diário Oficial do Estado a Lei 7.327/09, que regulamentou o art. 284 da Constituição do Estado do Pará, alterado pela Emenda Constitucional nº 35, de 24 de janeiro de 2007, assegurando a todos os Estudantes o direito à Meia Passagem Intermunicipal.
Infelizmente, uma vitória que foi de todos os Estudantes Paraenses, agora, com a iminente ameaça de divisão do Estado, corre o risco de não mais sê-la de todos nós, restringindo-se apenas aqueles que ficarão circunscritos ao “novo” Estado do Pará.
Os estudantes de Marabá, de Santarém, de Carajás, por exemplo, retrocederão historicamente e trilharão um caminho árduo e doloroso até reconquistarem o direito à Meia Passagem; caminho, que, diga-se, poderá levar anos.
A proposta de divisão do Pará, sem dúvida, vem na contramão das lutas e conquistas dos Estudantes Paraenses, pois já restou comprovado que juntos somos mais fortes.
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