Depois da onda que derrubou os regimes da Tunísia e do Egito, a intervenção militar da OTAN na Líbia, passou a justificar todas as repressões violentas contra as manifestações. Foi assim no Iemen, na Síria e Barhein. Depois disso as revoltas que tinham um caráter espontâneo e pacífico, foram atribuídas à capacidade de mobilização das redes sociais, passaram a ter um caráter cada vez mais militarizado.
O povo na rua foi sendo substituído por milícias armadas pelas diversos interesses em jogo no Oriente Médio.
No caso do Egito, a fraca organização dos partidos laicos deu espaço à Irmandade Muçulmana que juntamente com setores nacionalistas do antigo exército de Mubarach estão assumindo a hegemonia.
Esta mistura explosiva de religião e armas, vai dar muita dor de cabeça ao Ocidente, que não se cansa de produzir ações desastradas.
Pode ser que um tipo assim, venha a ser um jovem líder de velhas estruturas que perderam a oportunidade de mudar.
O que ocorrerá na Líbia após a guerra? Haverá um longo período de caos, seguido da formação de um governo de coalizão tribal, instável e autoritário, sob o patrocínio e a tutela militar da Otan. Assim, estará criado o primeiro “protetorado colonial” da organização militar, na África. “Se aqui e no exterior todos perceberem que estamos prontos para a guerra a qualquer momento, com todas as unidades das nossas forças na linha de frente prontas para entrar em combate e ferir o inimigo no ventre,
ResponderExcluirO mesmo raciocínio se aplica a crítica que se faz aos modelos de representação política dos regimes democráticos. Criticar é simples, difícil é produzir engenharia institucional que dê conta das diferenciações e preferências dos indivíduos e grupos. A tentação autoritária está sempre na espreita.Uma vez ouvi Gabriel Cohn dizer uma coisa que me calou fundo: "A experiência dos países que viveram as revoluções comunistas é aquele tipo de experiência duríssima para os povos que viveram aquela experiência, mas muito rica para toda a humanidade." Sim, precisamos de utopias, mas não precisamos de ditadores sanguinários nem de salvadores da pátria. Haverá um longo período de caos na Líbia; e daí?
ResponderExcluirMarise Morbach