quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Nunca vejam o governo federal como amigo

É fundamental que todas as lideranças do Pará, empenhadas na manutenção de nossa integridade territorial: sejam elas políticas do PT, PMDB, PSDB, ou empresariais, corporativas, intelectuais, etc, tenham muito claro que o governo central nunca tem cuidado das questões amazônicas levando em consideração os argumentos e os interesses de quem nasceu, vive ou trabalha aqui.
No período militar, mesmo tendo em Jarbas Passarinho um dos ideólogos do movimento, a abertura das novas fronteiras no sul do Pará aconteceram a despeito das nossas peculiaridades, foi assim que deu-se continuidade à abertura de estradas em vez de incentivar à navegação fluvial. Alias extinguiram a ENASA.
No período pós-ditadura mesmo tendo Jader, um líder do PMDB autêntico no comando da política do Pará, não se pode apontar nenhuma mudança significativa no tratamento ao estado a não ser a indicação dos titulares do ministério da Reforma Agrária (Nelson Ribeiro, Coutinho Jorge e Jader) que atuaram em frentes não prioritárias.
Com o subida do PSDB, também o Pará estava bem posicionado, governador do mesmo partido do presidente, Almir era respeitado em toda a cúpula do PSDB em função do bom desempenho que teve na Constituinte, além da profunda amizade com Mário Covas. Em seu período, nenhuma das reivindicações de décadas para a integração do Para foi atendida: construção das eclusas de Tucuruí, asfaltamento da Transamazônica e da Santarém-Cuiabá. E a reforma agrária ???
No governo do PT, mais uma vez repetimos a dobradinha federal-estadual: Lula lá, Ana aqui, e nossas aspirações não atendidas continuaram com dimensões amazônicas.
Conclusão: não importa o partido, o regime, a cor ideológica, o governo federal sempre tratou o Pará de forma secundária e as decisões foram ditadas de cima para baixo.
As grandes reivindicações dos separatistas falta de acesso, dificuldade de comunicação, etc, seriam em parte resolvidas com o asfaltamento das estradas federais da região, com as eclusas de Tucurui, todas elas obras da área de competência do governo central.
Isso não exime, evidentemente, a postura submissa ou covarde de quem poderia ter protestado, gritado, esperneado. 
Ou será que escolheram passar para a História como mansos ingênuos?
Por exemplo, o fechamento do Rio Tocantins à navegação, que ainda hoje continua, é inconstitucional, nenhuma autoridade paraense do executivo, legislativo ou judiciário, buscou o remédio legal para esta aberração. (Além destes, onde estavam Giovanni Queiroz, Zequinha Marinho, os deputados estaduais da área, os titulares dos executivos municipais?)

Um exemplo contrário, que demonstra a eficácia do jus sperniadi : quando o governo federal ameaçou fazer da Serra do Cachimbo deposito do material radiativo do acidente de Goiânia, o Governador Hélio Gueiros se ressabiou dizendo que aqui não era lata de lixo atômico. Mudaram o lugar do depósito. Pena que nas outras questões não tenha sido tão incisivo.
Resumo da ópera: não vai ser agora que vão ser nossos amigos, logo agora quando temos o governo federal nas mãos de um partido e o estadual de um seu adversário.

2 comentários:

  1. Boa Flávio ! O problema está no homem !

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  2. Digo o problema estás no povo subserviente que elegem politicos da mesma espécis e venais...

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