quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Por que se lê tanto livro de auto-ajuda?

Alguma coisa anda errado, ou com as pessoas, ou com os livros de auto-ajuda, porque se eles ajudassem mesmo, não seria necessário serem lançados tantos, todos os dias.
Achei uma explicação lendo "A Marioneta e o Anão", do Slavoj Zizek.
Zizek é atualmente o filósofo mais requisitado pela mídia mundial, é professor da Universidade de Liubliana na Eslovênia era casado com a também filósofa e também professora Renata Salecl.
Dizem que de tanto ficarem falando de trabalho em casa acabaram se separando.
Aí ele mudou radicalmente, casou com uma modelo argentina, Analia Hounie, agora o que ele menos faz em casa é falar de filosofia.
Ele coloca a seguinte questão:
Será que o desprezo pós-moderno pelas grandes causas ideológicas, a noção segundo a qual, na nossa época pós-ideológica, em vez de procurarmos mudar o mundo, deveríamos antes reinventar-nos a nós próprios, reinventar todo o nosso universo, enveredando por novas formas (sexuais, espirituais, estéticas...) de práticas subjetivas?
Vamos combinar, essa agenda aí de cima só com muita análise, como uma sessão de psicanálise custa algo em torno de R$250,00, fica muito mais barato sair comprando esses títulos de auto-ajuda: Fique bela em 10 dias; Pompoar para amadoras; Budismo sem mestre; Jesus o maior gerente; Entenda e ame seu chefe (logicamente que escrito por um chefe).
Zizek apresenta uma saída:
Temos de insistir no fato de que a única maneira de sair dos limites impostos pela mercantilização e pela "alienação" consiste em inventar uma nova maneira de viver juntos.


Para quem quiser conferir: A Marioneta e o Anão; Relógio D'Água Editores, 2006, pg. 49.

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