Uma das aflições que acometem aqueles que estudam a obra de um personagem pretérito, do qual quase se sente, já, uma certa intimidade, é como ele era? Como sua face, compleição, gestos?
Talvez por isso pintores e escultores não resistiram e criaram os vultos de Moisés, Homero, Rômulo, Maomé, Cristo.
Haroldo Maranhão, me disse que ainda tinha esperança de encontrar, em Lisboa, alguma foto do Felipe Patroni, que aguardava a venda do seu acervo para o governo do estado, para assim empreender, nos alfarabistas lisboetas, sua definitiva pesquisa. Ele não pode concretizar esta viagem.
Não seria diferente com os que estudam Landi, muitos me perguntam por uma foto do arquiteto, pacientemente respondo, foto no século 18 não seria possível, mas um retrato, quem sabem um dia apareça.
Em 2005 durante o curso de pós-graduação promovido pelo Fórum Landi, e a portuguesa Isabel Mendonça, maior estudiosa da obra do arquiteto, explicava a imagem de abertura do álbum dedicado aos Reis de Portugal que se encontra na British Library, descrevia a figura que se apresenta diante do rei como simbolizando a República de Bolonha. E ficou por aí.
Depois do intervalo perguntei: se aquela é a representação alegórica de Bolonha, o rosto da figura que conduz a bandeira onde se lê: LIBERTAS, não seria um auto-retrato de Landi.
Fez-se um silêncio.
Depois ela disse: nunca havia pensado nisso antes.
Clique na foto para ampliar.
Ah! eu estava lá... Foi sensacional a ideia. Quem sabe não Flávio!
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